O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) publicou nesta terça-feira (16) um vídeo de mais de 20 minutos em seu Twitter no qual xinga Edson Fachin, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), inclusive usando palavrões, e diz que já imaginou Fachin “tomando uma surra”. Silveira é investigado pelo STF em inquérito que apura atos antidemocráticos e de ataque à Corte.
O vídeo foi motivado pelas críticas que Fachin fez ao tuíte golpista de Eduardo Villas Bôas em 2018, em tom de ameaça, para que o STF não concedesse habeas corpus ao ex-presidente Lula, preso pouco tempo depois. Então comandante do Exército, Villas Bôas revelou em livro que a elaboração da mensagem teve participação da cúpula da Força que liderava. Nesta segunda-feira (15), Fachin disse que a pressão das Forças Armadas sobre o STF é “intolerável e inaceitável”.
“Fachin, um conselho pra você. Vai lá e prende o Villas Bôas rapidão, só pra gente ver um negocinho. Se tu não tem coragem, porque tu não tem culhão pra isso, principalmente o Barroso que não tem mesmo. Na verdade ele gosta do culhão roxo. Gilmar Mendes... Barroso, o que é que ele gosta: culhão roxo. Mas não tem culhão roxo. Fachin, covarde”, afirmou. E então faz uma acusação a Gilmar Mendes. Ele esfrega os dedos em um sinal que simboliza dinheiro e diz: “É isso que tu gosta né Gilmarzão? A gente sabe”.
Em outro momento, o bolsonarista diz que já imaginou Fachin e os demais 1integrantes do STF “tomando uma surra na rua”. “Por várias e várias vezes já te imaginei [Fachin] levando uma surra. Quantas vezes eu imaginei você e todos os integrantes dessa corte aí. Quantas vezes eu imaginei você, na rua levando uma surra. O que você vai falar? Que eu tô fomentando a violência? Não, só imaginei”, desafia o parlamentar.
Em outro momento, o parlamentar usa um palavrão para se referir aos ministros: “Ignóbeis, é o que vocês são. Principalmente você, Fachin. Você integra a nata da bosta do STF”, disse.
Currículo
Silveira tem em seu “currículo” uma série de polêmicas e defesas de pautas caras ao bolsonarismo.
Na campanha eleitoral de 2018, ele se notabilizou ao quebrar uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em março daquele ano.
Na investigação dos atos antidemocráticos realizados no país em 19 de abril do ano passado, ele teve seus sigilos bancário e fiscal. Silveira é suspeito de auxiliar na organização das manifestações.
Em outubro do ano passado, ele propagandeou que tinha conseguido um atestado médico para não usar máscaras em aeroportos. O item de proteção, recomendado por autoridades sanitárias para diminuir a transmissão do novo coronavírus, é contestado pelos boslonaristas. O próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não usa máscara na maioria de suas aparições públicas.
O vídeo em que Silveira ataca os ministros do STF está na publicação abaixo.