Frio: Igrejas do Centro e da periferia de SP ficarão abertas às pessoas em situação de rua

A determinação é do arcebispo Dom Odilo Scherer; o padre Julio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, já havia anunciado que abriria as portas de igrejas sob sua jurisdição para acolher quem não tem casa

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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Em consequência da onda de frio intenso, as igrejas do Centro e da periferia de São Paulo ficarão abertas às pessoas em situação de rua, a partir desta quarta-feira (28) até domingo (1). A determinação é do arcebispo Dom Odilo Scherer.

A Pastoral do Povo de Rua, comandada pelo incansável padre Julio Lancellotti, localizada na Luz, no Centro da capital paulista, já havia anunciado, na terça (27), que abriria as portas de igrejas da cidade para acolher quem não tem casa, por causa do frio.

Duas igrejas sob jurisdição do padre Julio, a Casa de Oração do Povo da Rua, na Luz, e a São Miguel Arcanjo, na Mooca, também estarão abertas já na noite desta quarta (28) para acolher os desabrigados.

Metrô

O padre Julio, aliás, solicitou ao governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), para que libere as estações do metrô para receber as pessoas em situação de rua.

A proposta do padre é que durante a onda de frio, que começou nesta quarta (28), as pessoas em situação de rua possam se proteger dentro das estações.

“Conversei com o governador e pedi para que a população fosse abrigada nas estações de metrô durante essa onda de frio. Amanhã [quarta-feira], vou me reunir com ele [Doria] e com o prefeito Ricardo Nunes (PMDB) para discutir medidas concretas para o povo de rua”, declarou.

Metroviários

O Sindicato dos Metroviários, em contato com o padre Julio, ofereceu a sede do sindicado para hospedar pessoas em situação de rua. “Um gesto de solidariedade que deveria ser imitado por toda a sociedade”, afirma os metroviários.

O prédio que abriga o Sindicato dos Metroviários, e que agora vai proteger pessoas do frio, fica na Avenida Radial Leste e é motivo de disputa entre os metroviários e o governador Doria.

De acordo com os metroviários, o prédio é de propriedade do Metrô e foi cedido para a categoria em 1988, mas o tucano decidiu não renovar a cessão do terreno, pois, pretende vender o espaço para a iniciativa privada.