RACISMO

Professora é presa após dizer que tatuagem é coisa de “escravo e presidiário”

A docente também afirmou para uma estudante negra que tatuagens não combinam com pessoas negras; universidade se pronunciou

Professora é presa após dizer que tatuagem é coisa de “escravo e presidiário”.Créditos: Reprodução/ redes sociais
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A professora de Moda e Design Juliana Zucolloto, presa depois de proferir insultos racistas contra uma aluna, foi afastada da Centro Universitário Faesa, em Vitória (ES), onde lecionava.

Durante uma aula, a docente, ao ver as tatuagens de uma aluna, afirmou que elas são coisa de presidiário e ligadas à escravidão. 

O caso se tornou público após a estudante Carolina Bittercourd publicar vídeos em seu perfil no Instagram. A jovem, aos prantos, afirmou que tinha sido vítima de um episódio racista cometido pela professora Juliana Zucculotto. 

"Ela citou sobre tatuagem e começou a falar da origem dela, que veio do presidiário, da prisão. Estou muito nervosa, não estou nem conseguindo falar direito, porque eu acabei de sair da sala. Ela falou que era muito feio tatuagem, e mais feio ainda para quem tinha a pele negra e que parecia pele encardida", denunciou a estudante. 

A Polícia Militar foi acionada até a unidade de ensino e emitiu um comunicado sobre o caso. "E após ela [a estudante] levantar-se, a mulher teria citado suas características físicas e dito que tatuagem em pele negra parecia encardido e que, também, jamais faria tatuagem nela, pois as marcas seriam coisas de escravos e ela não era escrava", declarou a PM. 

Em depoimento na Polícia, a professora alegou que foi mal interpretada pela aluna. A docente foi encaminhada à 1ª Delegacia Regional de Vitória. A jovem registrou um boletim de ocorrência e assinou uma representação contra a mulher. 

 

Universidade afasta professora 

 

Em nota, o Centro Universitário Faesa declarou que, assim que tomou conhecimento do caso, iniciou uma investigação do caso. 

"A professora está afastada de suas atividades e um processo administrativo já está em andamento, com a celeridade necessária, para que todas as providências sejam tomadas”, diz o comunicado da universidade. 

A universidade ainda fez questão de ressaltar que "repudia todo e qualquer ato ou manifestação discriminatória e preconceituosa. Qualquer manifestação contrária a esse posicionamento é ato individual, isolado, e não condiz com a política da instituição".

 

 

Com informações do UOL.