André Mendonça justifica “Na vida a Bíblia, no Supremo a Constituição” à bancada evangélica

O novo ministro do STF, escolhido por Bolsonaro por ser “terrivelmente evangélico”, nem assumiu o posto e já pregou em um culto que marcou o encerramento dos trabalhos legislativos no auditório da Câmara

André Mendonça prega em culto no auditório da Câmara - Foto: Ascom/SG
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André Mendonça, novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), resolveu, antes mesmo de assumir o posto na Corte, justificar o que disse em sua sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Durante a sessão que confirmou sua indicação, Mendonça afirmou que não vê incompatibilidade com o fato de ser pastor evangélico e exercer o novo posto na Corte: “Na vida a Bíblia, no Supremo a Constituição", disse.

O novo ministro, indicado por Jair Bolsonaro por ser “terrivelmente evangélico”, repetiu a frase, nesta quarta-feira (8), durante um culto de encerramento dos trabalhos legislativos do Congresso Nacional. O evento ocorreu no auditório da Câmara dos Deputados.

Ele declarou que não será um pastor no STF, mas ressaltou que não renunciará seu histórico na religião. “O André não chega lá com o título de pastor. Mas o André chega com a história de uma vida louvada a Deus. Isso é história de vida, ninguém vai renunciar a si mesmo, renunciar ao que a gente é”.

Mendonça pregou por cerca de 20 minutos para integrantes da chamada Frente Parlamentar Evangélica e de ministros do governo Bolsonaro. Em sua fala, fez questão de defender a primeira-dama do país, Michelle Bolsonaro, que recebeu inúmeras críticas e foi alvo de piadas pela maneira como festejou a ratificação do nome de Mendonça no Senado.

O ministro mostrou uma fotografia do momento em que ele, Michelle e outros aliados celebravam a aprovação de seu nome, no gabinete do senador Luiz do Carmo (MDB-GO).

Mendonça defende Michelle Bolsonaro, alvo de críticas e piadas pela forma como festejou a aprovação do ministro

Mendonça mencionou três aspectos da foto: a presença de sua família, a “adoração a Deus” realizada por meio de deputados que comemoraram o resultado rezando de joelhos e a “manifestação do espírito santo”, exposta pela reação de Michelle Bolsonaro, segundo o Metrópoles.

“Em terceiro lugar, aí chamo a atenção para a dona Michelle: a manifestação do espírito santo. Alguns setores da sociedade têm mal interpretado e até agido com grau de preconceito, por não entender. Mas ali estava o espírito santo de Deus. O amor que começa na família, a adoração a Deus na atitude de oração e a manifestação do espírito santo. Por isso que essa foto para mim vai marcar minha vida. Porque ela sintetiza quatro meses e meio da obra de Deus sendo realizada”, disse.