Após protestos, Milton Ribeiro, do MEC, recua de volta às aulas presencial nas federais em janeiro

Ministro da Educação do governo Bolsonaro disse à CNN que revogará portaria e que ouviu mantenedoras de particulares para editar portaria

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Durou pouco a decisão do ministro da Educação, Milton Ribeiro, de retomar as aulas presenciais nas universidades federais em janeiro. Depois de uma forte reação contrária de entidades e mesmo das próprias instituições, a pasta recuou da medida no início da tarde desta quarta-feira (2).

O recuo foi confirmado pelo ministro em entrevista à CNN. De acordo com a emissora, agora Ribeiro fala em “abrir uma consulta pública para ouvir o mundo acadêmico antes de tomar nova decisão”.

O ministro disse à emissora que, para editar a portaria, consultou mantenedores de universidades. Ou seja, para tomar uma decisão sobre instituições públicas, ouviu universidades particulares. Ribeiro afirmou ainda à CNN que não esperava tanta “resistência”. “A sociedade está preocupada, quero ser sensível ao sentimento da população”, disse ele, segundo a emissora.

De acordo com as declarações dadas à TV, Ribeiro disse que agora o ministério vai liberar o retorno às aulas somente quando as instituições também estiverem confiantes de que as aulas podem ocorrer em segurança.

A consulta à comunidade acadêmica podia ter sido feita antes de o Ministério da Educação (MEC) do governo Bolsonaro publicar portaria com essa medida no Diário Oficial da União desta quarta-feira. Isso em meio ao aumento de casos de contaminação do novo coronavírus registrado no país.

Assim que a informação foi disseminada, universidades federais começaram a se colocar contra a medida. A UFBA, por exemplo, logo disse que não voltaria às aulas presenciais em janeiro. A instituição alegou que não colocaria em risco a vida de sua comunidade.

O ministro já havia dito em outras ocasiões que o governo retomaria as aulas presenciais no país. Na semana passada, em live com o presidente Jair Bolsonaro, Ribeiro disse que a pasta “mandou o dinheiro” para o retorno das aulas. “Nós queremos o retorno”, disse.

No entanto, os protestos obrigaram a pasta a recuar.