Esquerda se mobiliza e consegue emplacar metade dos conselheiros tutelares em São Paulo

Reação de grupos progressistas veio por conta da crescente disputa ideológica de católicos e evangélicos pelos cargos

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A eleição que aconteceu no último domingo (6) para conselheiro tutelar contou com forte campanha de grupos de esquerda para eleger candidatos progressistas. Pelo menos metade dos eleitos em São Paulo fazem parte de movimentos sociais ou partidos políticos de esquerda. Mobilização veio como resposta ao crescente levante de católicos e evangélicos na disputa pelos cargos. Embora organizações religiosas tenham sempre participado das eleições, o fenômeno vem se intensificando nos últimos anos, à medida que igrejas expandem sua atuação política e ocupam espaços em órgãos públicos. São diversos os candidatos que se apresentam como pastores e padres e citam passagens bíblicas nas redes sociais. No entanto, em São Paulo o cenário foi outro. De 240 conselheiros com eleição já confirmada, uma apuração do jornal Folha de S.Paulo identificou que pelo menos 118 conselheiros eleitos figuravam em listas da esquerda. Até a manhã desta segunda (7), 94% das urnas já tinham sido apuradas.
Os conselheiros tutelares eleitos terão mandatos de quatro anos - de 2020 a 2024 - e receberão R$ 2.853 de salário. Ao todo, são cinco representantes em cada um dos 52 conselhos da cidade. Criados pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) em 1990, os Conselhos Tutelares são órgãos autônomos responsáveis por receber denúncias de violações de direitos e notificar o Ministério Público e o Judiciário, solicitar a troca de guarda familiar, fiscalizar e articular políticas públicas para menores, entre outras coisas.