Madrasta de Lucas foi depor sobre menino desaparecido e acabou presa

“Independentemente dos antecedentes de alguns familiares, a polícia e o governo de São Paulo tem o dever de esclarecer o desaparecimento do Lucas. Isso não os isenta da responsabilidade”, disse Ariel de Castro Alves, advogado e conselheiro do Condepe

Foto: Reprodução R7
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Maria Marques Martins dos Santos, 38 anos, madrasta de Lucas Eduardo Martins dos Santos, 14, que está desaparecido desde a madrugada de quarta-feira (13), foi presa nesta terça-feira (19) ao chegar para prestar depoimento no SHPP (Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa) de Santo André, cidade no ABC Paulista. Maria Marques, que até então se apresentava como Teresa, tinha um mandado de prisão aberto por tráfico de drogas. O documento data de agosto de 2017. A prisão aconteceu na Avenida Utinga, na Vila Metalúrgica, onde fica a unidade responsável por investigar o sumiço do menino e também analisar o exame de DNA de um corpo encontrado sexta-feira (15) boiando em um lago no Parque Natural Municipal do Pedroso, também em Santo André, que pode ser ou não do jovem. Após a prisão de Maria Marques, Ariel de Castro Alves, advogado e conselheiro do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), cobrou respostas da polícia. “Independente dos antecedentes de alguns familiares, a polícia e o governo de São Paulo tem o dever de esclarecer o desaparecimento do Lucas. Isso não os isenta da responsabilidade”, afirma. “Sempre que a polícia e o governo não querem esclarecer determinados crimes, como frequentemente ocorre nos casos de chacinas, ou querem isentar de suspeitas seus agentes, eles passam a divulgar os possíveis antecedentes criminais das vítimas e seus familiares para sugerir que as ocorrências foram resultantes de disputas entre grupos criminosos. E os casos ficam sem solução”, argumenta. Família não reconhece corpo A família do adolescente Lucas Eduardo Martins dos Santos, não conseguiu reconhecer com certeza o corpo encontrado por volta das 10h desta sexta-feira, numa represa de Santo André, no ABC paulista. No Instituto Médico Legal, Igor, um dos irmãos, disse que o corpo era de Lucas. Porém, ao vivo no programa Cidade Alerta, da TV Record, Vítor, o outro irmão, afirmou enfaticamente que não se trata de Lucas. Nesse caso, apenas um exame de DNA pode trazer a confirmação. Família suspeita da PM Parentes do garoto acusam policiais militares pelo desaparecimento de Lucas, que saiu para comprar um refrigerante em Santo André (ABC) e não voltou. A PM afastou dois agentes preventivamente enquanto o caso é apurado. Segundo a madrasta do Lucas, ela ouviu a voz do adolescente na viatura dos policiais. A blusa e o boné do menino foram encontrados na rua. Uma tia do menino afirmou que Lucas estava na sua casa, no Jardim Santa Cristina antes de desaparecer. O adolescente ia diariamente ao local para brincar com o primo de 12 anos. Por volta das 23h40, a parente falou para ele retornar para casa.’ Com informações da Ponte