Sindicalistas apoiam greve dos caminhoneiros marcada para o dia 1º

Entre outros pontos, motoristas pedem a redução do preço do diesel e revisão da política de preços da Petrobras. Governo cancelou reunião que teria nesta quinta-feira (28) com representantes da categoria

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Centras Sindicais enviaram um manifesto nesta quinta-feira (28) demonstrando apoio à greve dos caminhoneiros, marcada para o dia 1º de novembro. O texto, assinado por CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, CSP-Conlutas e outras entidades, afirma que a pauta dos motoristas tem repercussões do interesse de todos os trabalhadores.

As centrais citam, ainda, que as demandas e propostas apresentadas pela categoria não tem tido retorno do governo federal, citando a subida do preço dos combustíveis. A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (25) mais um aumento dos valores da gasolina e do diesel para as distribuidoras.

A alta, que começou a valer na terça-feira (26), é de 7,04% para a gasolina e 9,15% para o diesel. Neste ano, a gasolina já acumula um aumento de 74% e o diesel de 65%. O preço médio do botijão de gás passou de R$ 100 pela primeira vez. A inflação anual já beira os 10%.

“Bolsonaro está dizimando os caminhoneiros com a sua política de preços para os combustíveis. A categoria não aguenta mais tanta mentira e traição. Os caminhoneiros não querem esmola, querem trabalhar, querem sustentar suas famílias e por isso vão mostrar sua indignação”, diz Antonio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros.

Para os sindicalistas, a desmobilização da produção nacional de refino de petróleo, a gestão voltada aos interesses de curto prazo dos acionistas e que não responde aos interesses do país e da nação e as ameaças de privatização da Petrobras têm levado a esse "descalabro no preço dos combustíveis com impactos nefastos para o custo de vida".

Entre outros pontos, os caminhoneiros pedem a redução do preço do diesel e revisão da política de preços da Petrobras; piso mínimo de frete; retorno da aposentadoria especial com 25 anos de contribuição; aprovação do novo Marco Regulatório de Transporte Rodoviário de Carga (PLC 75/2018); e criação e melhoria dos Pontos de Parada e Descanso (Lei 13.103/2015).

Governo desmarca reunião com caminhoneiros

A Secretaria Especial de Articulação Social do governo federal desmarcou uma reunião que aconteceria nesta quinta-feira (28) com o deputado Nereu Crispim (PSL-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, e outros representantes da categoria.

Segundo o governo, teria sido veiculado na imprensa que ministros estariam presentes no encontro, o que não é verdade. A notícia frustrou Crispim, que disse ao Painel, da “Folha de S. Paulo”, que o governo Jair Bolsonaro está encomendando a paralisação de 1º de novembro e que não há previsão de novos encontros para negociação.

A reunião serviria para tratar de pautas da categoria, especialmente a política de reajuste de preços de combustíveis da Petrobras. Apesar do Palácio do Planalto afirmar que Crispim tenta se promover às custas do governo, Wallace Landim, o Chorão, líder da greve de 2018, aponta o deputado como o negociador parlamentar da categoria, o que só aumenta o problema do governo com os caminhoneiros.

Até pouco tempo aliados de primeira hora, os motoristas têm se mostrado insatisfeitos com decisões tomadas por Bolsonaro, como o auxílio de R$ 400 mensais, que consideram baixo.