REAJUSTE SALARIAL

PMs entram em greve em MG contra ajuste fiscal de Zema

Professores e outras categorias do funcionalismo público avaliam também entrar em greve em Minas Gerais; "A pauta é justa, esse regime fiscal vai liquidar com o serviço público de Minas", afirma deputado do PT

Romeu Zema.Créditos: Cristiano Machado / Imprensa MG
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Agentes de segurança de Minas Gerais, policiais militares, civis, agentes funerários e bombeiros, promoveram nesta segunda-feira (21) uma enorme paralisação em Belo Horizonte exigindo reajuste salarial prometido pelo governador Romeu Zema (Novo) em acordo feito em 2019. O protesto foi marcado por gritos contra Zema e contra o ajuste fiscal implementado pelo estado.

O estopim da crise entre a PM e o governador foi o veto do reajuste prometido por ele após acordo feito com a categoria em 2019. Ficou acertado que em 2020 haveria um reajuste de 13%, seguidos de dois de 12%, em 2021 e 2022. Estes últimos foram travados por travado por Zema após a Assembleia Legislativa já tê-los aprovado. Zema quer impor um Regime de Recuperação Fiscal (RRF) que afeta o salário dos servidores. Professores e outros profissionais da carreira pública já haviam aprovado indicativo de greve.

Segundo o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindipol), agentes de todo o estado participaram da mobilização em Belo Horizonte. "Todas as categorias deliberaram: Paralisação total das forças de segurança até o pagamento da recomposição das perdas inflacionárias!", diz postagem feita pelo sindicato nas redes.

A greve, então, foi oficializada na tarde desta segunda. Os grevistas afirmam que só conversam com o governo caso a recomposição salarial não entre no Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

"A pauta é justa", diz deputado

Para o deputado federal Rogério Correia (PT-MG), o movimento realizado pela manhã é legítimo e a mobilização transcorreu sem violência. "A manifestação foi pacífica, tem toda a legitimidade. A pauta também é justa. O governador Zema quer aprovar aqui um Regime de Recuperação Fiscal similar ao do Rio de Janeiro. É como se fosse uma PEC 32 de Minas", declarou.

"Esse regime vai liquidar com o serviço público de Minas. São vários servidores ameaçando entrar em greve contra o RRF, mas o Zema quer obrigar a Assembleia Legislativa a votar - até pelo Supremo Tribunal Federal. No caso dos policiais, eles tem um reajuste prometido pelo governador e, depois, ele retirou e não complementou. Eles reivindicam o compromisso. Depois, o governador apresentou um projeto de reajuste e, na sequência, modificou reduzindo", analisou Correia.

"Com os professores, também há um reajuste abaixo do previsto no Fundeb. Essas mobilizações que estão ocorrendo são justas no contexto de um governo que fez uma mega ajuste contra os servidores públicos", completou.