Ao decretar salões de beleza e academias como serviços essenciais na pandemia, o presidente Jair Bolsonaro não levou em consideração a posição do ministério da Saúde.
A situação e falta de articulação no governo foi evidenciada quando o ministro Nelson Teich foi pego de surpresa em coletiva de imprensa, nesta segunda (11) e mostrou não saber nada sobre o decreto. Segundo Teich, a aprovação da medida não seria atribuição do ministério. "Isso é uma decisão do presidente", disse.
O primeiro decreto do tipo, porém, liberado em 20 de março, foi aprovado pelo ministério da Saúde. À época, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta autorizou que Bolsonaro decretasse serviços bancários, postais, transporte por táxi e por veículos de aplicativos como essenciais.
A ausência de consulta do ministro na decisão de Bolsonaro alerta sobre a possível falta de autonomia de Teich no governo. O ministro é constantemente acompanhado pela Secretaria de Comunicação de Bolsonaro, e, recentemente, uma série de funcionários do ministério foram trocados por militares.