"Sério perigo de desaparecer": Povos indígenas da América Latina apresentam informe com alerta sobre coronavírus

Relatório aponta que em muitas comunidades "evitar o ingresso do vírus ao seu território é uma questão de vida ou morte"

Reprodução/FILAC
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O Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e do Caribe (FILAC) e o Foro Indígena de Abya Yala (FIAY) apresentaram nesta quarta-feira (6) um informe relatando a situação dos povos originários na região em meio ao surto do coronavírus.

A Plataforma Indígena Regional Frente à COVID-19 “Pela Vida e Pelos Povos” traz dados sobre a pandemia, ações que estão sendo tomadas (por governos e povos) para minimizar os impactos nas comunidades e uma série de recomendações.

"Para enfrentar a pandemia com possibilidades de êxito são necessárias estratégias específicas para povos e comunidades indígenas", diz trecho do documento que relata que os indígenas estão em vulnerabilidade por terem baixo acesso a serviços básicos, como saúde e água, e possuírem culturas próprias, necessitando de orientações diferenciadas quanto à pandemia.

"Para as comunidades indígenas, em particular aquelas que pertencem a povos com reduzido número de habitantes, evitar o ingresso do vírus
ao seu território é uma questão de vida ou morte, não só para as pessoas mas para os povos enquanto coletividade", aponta ainda a plataforma.

Segundo Mirna Cunningham, presidenta do conselho diretor da FILAC, o objetivo do documento é visibilizar o que tem ocorrido com os povos originários. Entre os que temem o extermínio por conta da Covid estão os siekopaino Equador.

A deputada federal Joenia Wapichana (Rede-AP) participou da conferência que lançou o informe na manhã desta quarta. Segundo ela, "é um desafio para o Sistema de Saúde treinar e disseminar informações aos Povos Indígenas nas línguas indígenas, alocar recursos hospitalares e que a OMS crie um fundo específico para os povos do mundo".

Amadeo Martínez, coordenador-geral do Abya Yala, acredita que "os esforços que estão sendo feitos para enfrentar a COVID-19 nas comunidades indígenas são muito pequenos”.

Segundo o informa, entre os povos da Amazônia são 629 casos confirmados e 40 mortes. Já, no Brasil, são 97 infectados e 15 vítimas fatais.

Acesse aqui e leia o relatório na íntegra

https://twitter.com/filac_/status/1258063992003670016
https://twitter.com/filac_/status/1258072259681542144