Em pronunciamento oficial nesta quinta-feira (21), o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e líder das negociações com a oposição Jorge Rodríguez (PSUV) afirmou que o empresário Alex Saab, considerado um braço direito de Maduro, foi torturado sob custódia estadunidense.
Em 2019, Saab foi acusado pelos EUA de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro. Em 2020, em uma viagem do Irã até a Venezuela, o avião em que ele estava parou para abastecer em Cabo Verde, onde foi preso e extraditado pelos EUA.
O empresário colombiano, que tinha fortes ligações com Hugo Chávez e Maduro, era considerado o principal preso político venezuelano nos EUA, e foi trocado por dez cidadãos americanos que estavam detidos nos domínios de Caracas.
Saab chegou a colaborar com os americanos após um acordo feito com o Departamento de Combate às Drogas dos EUA (DEA), onde ele supostamente teria informado alguns esquemas de tráfico de droga dentro da Venezuela.
O trabalho de informante não arredou o pé de Maduro pela sua libertação, que negociou com os estadunidenses o máximo possível para conseguir a volta do diplomata colombiano.
Agora, Jorge Rodríguez fala que Saab foi torturado pelos americanos. “Serão conhecidas as indescritíveis torturas a que foi submetido, os espancamentos, os afogamentos, o tratamento desumano, a extração de três dentes”, disse Rodríguez em coletiva de imprensa.
“É claro que os psicóticos da extrema direita venezuelana e americana se regozijavam, como se os maus-tratos fossem algo louvável para eles; eles gostavam cada vez que se referiam ao nosso diplomata sequestrado”, atacou o político socialista.
Saab ainda afirmou, na coletiva, que nada foi provado contra ele e contra o país que se tornou o seu. “Depois de 1.286 dias preso, eles não conseguiram provar um único crime, não puderam apresentar uma única prova, nem contra mim nem contra a Venezuela”, disse Saab na sede do Palácio Legislativo Federal.