As eleições municipais francesas foram realizadas neste domingo (15) em quase 35 mil cidades do país.
Diante da ameaça do coronavírus e a desconfiança da população com o sistema político, o 1° turno do pleito bateu o recorde histórico de abstenção, com o comparecimento de apenas de 38% dos eleitores (-16% que as eleições municipais anteriores em 2014).
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?Eleito presidente (em maio de 2017) com mais de 65% dos votos, com um discurso de renovação, que salvaria o país da barbárie fascista, Emmanuel Macron, tem procurado sobreviver com seu partido-movimento “República em Marcha”, mas foi considerado o maior derrotado da jornada.
Das dez maiores cidades do país (em ordem Paris, Marseille, Lyon, Toulouse, Nice, Nantes, Strasbourg, Montpellier, Bordeaux e Lille) somente dois candidatos do partido do presidente irão ao segundo turno.
Em Paris especificamente, a prefeita socialista em aliança com comunistas e ambientalistas, Anne Hidalgo - que recebeu recentemente Lula, Dilma e Haddad recentemente, lidera a corrida por sua reeleição e disputará com Rachida Dati (Republicanos).
Após recuperar parte de sua popularidade por defender “a imigração e reformas impopulares”, Macron acumula sua segunda derrota nas urnas - após eleições europeias, nas eleições municipais deste domingo.
Se nas eleições europeias, a derrota foi para o partido de extrema-direita, “Reencontro Nacional”, de Marine Le Pen; nas eleições deste domingo, Macron viu a retomada dos partidos tradicionais (Socialista e Republicanos), bem como a esquerda e os verdes ganharem relevo em cidades importantes.
Apesar de Macron ter recebido mais de 65% dos votos em sua eleição e de seu partido ter conquistado mais de 50% das cadeiras no parlamento, parece que os franceses não se sujeitaram a hegemonia do novo e forte partido do “reizinho Macron”.
Suas propostas polêmicas, como a simpatia à imigração, privatização da companhia estatais, as reformas trabalhista e previdenciárias marcam seu mandato com protestos diários de sindicalistas e os famosos “coletes amarelos”.
Programado para o próximo domingo (22), muitas lideranças pedem o adiamento do segundo turno das eleições, dada a crescente ameaça do coronavírus.
Enfim, independente da decisão pelo adiamento ou não do segundo turno, o que está em jogo é a reeleição de Macron diante do persistente crescimento da extrema-direita na Europa. As alianças de Macron no segundo turno, podem levá-lo ao “colo” do antigo partido de Nicolas Sarkozy ou uma renovação do partido socialista.