Na ONU, Rússia acusa EUA de utilizar pandemia para aumentar pressão militar sobre a Venezuela

Representante russo no organismo ainda afirmou que governo de Nicolás Maduro é uma dos que está mostrando melhores resultados no combate ao coronavírus, em clara indireta à Casa Branca

Nicolás Maduro e Vladimir Putin (foto: RIA Novosti)
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Em conferência virtual com membros do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), o representante adjunto da Rússia, Dmitry Polyanskiy, acusou os Estados Unidos de usar a pandemia do novo coronavírus para aumentar a pressão política e militar sobre a Venezuela.

O diplomata se referiu a medidas como “a implementação de sanções que impedem o país sul-americano de adquirir os insumos necessários para enfrentar esta situação, que terminam não afetando diretamente este governo (de Nicolás Maduro), mas sim a população que precisa desses materiais e medicamentos para sobreviver”.

Polyanskiy também criticou a postura estadunidense com relação a outros países, como Irã e Cuba, e as classificou como “violação flagrante do direito internacional”.

No momento mais ousado da sua intervenção, o diplomata russo se referiu aos resultados obtidos pela Venezuela no combate ao coronavírus, apesar das limitações impostas pelos Estados Unidos, Polyanskiy afirmou que “a Venezuela é um dos países que está mostrando melhores resultados com suas medidas, o que deveria ser um exemplo para muitos outros países das Américas”.

A declaração soou como uma indireta aos Estados Unidos, país com maior número de infectados (1 milhão) e mortos (60 mil) por covid-19 – o país norte-americano também tem 120 mil pessoas recuperadas. A Venezuela tem, até o momento, apenas 329 infectados pelo novo coronavírus, dos quais quase metade (142) já estão recuperados. Também registra 10 mortes.

Nesta terça-feira, a Venezuela registrou zero contágios em 24 horas, o que demonstra a efetividade das medidas que o país vem tomando.

“Todo esse excelente trabalho do governo venezuelano para combater a pandemia está sendo realizado a pesar das sanções que enfrenta, e que não injustas e ilegais”, concluiu Polyanskiy.