FLORESTA EM PÉ

Desmatamento na Amazônia cai pela metade com retomada de políticas ambientais e climáticas

Com Lula, após quatro anos de retrocessos de Bolsonaro, redução é a maior já registrada pela série histórica desde 2015

Créditos: Ibama - Desmatamento na Amazônia Legal caiu pela metade no Governo Lula
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Em 2023, a Amazônia registrou uma queda de 49,9% na área sob alertas de desmatamento em comparação com 2022, conforme dados do sistema Deter-B do Inpe.

As informações são do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

Essa redução, a maior da série histórica do Deter desde 2015, é atribuída à retomada de políticas ambientais e climáticas e ao aumento da fiscalização, após quatro anos de retrocesso durante o Governo Bolsonaro.

Área sob alertas de desmatamento na Amazônia. Fonte: Deter/Inpe

Essa diminuição do desmatamento evitou a emissão de cerca de 250 milhões de toneladas de CO2, o que corresponde a aproximadamente 14% das emissões do Brasil em 2020.

O número de autos de infração aplicados pelo Ibama por crimes contra a flora aumentou 106% de janeiro a dezembro de 2023, comparado à média de 2019 a 2022. Outras ações como destruição de bens e embargos também cresceram significativamente.

Aumento da fiscalização na Amazônia Legal. Fonte: Ibama

Com a retomada do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm) pelo presidente Lula, o governo implementou várias iniciativas, incluindo mudanças nas regras de crédito rural e medidas contra o garimpo ilegal.

Além disso, foram criadas novas Unidades de Conservação e Terras Indígenas, totalizando mais de 1 milhão de hectares, principalmente na Amazônia.

O Fundo Amazônia foi reativado com cerca de R$ 4 bilhões em caixa, e novas doações foram anunciadas, totalizando R$ 3,9 bilhões de países como Estados Unidos, Reino Unido, Noruega, Alemanha, Dinamarca, União Europeia e Suíça.

Cerrado em perigo

No Cerrado, contudo, os alertas de desmatamento aumentaram 43,7% em 2023, principalmente em estados como Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

Os autos de infração do Ibama cresceram 45% e outras medidas de fiscalização também registraram aumento. Em resposta, o governo federal lançou o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento no Cerrado (PPCerrado), com a participação de vários ministérios e órgãos convidados.

Planos semelhantes para outros biomas, como Caatinga, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal, devem ficar prontos no primeiro semestre.

No Cerrado, o governo federal tem atuado para reforçar a fiscalização das autorizações de supressão de vegetação concedidas pelos Estados e identificar possíveis falhas nesse processo.

Um grupo com a ABEMA e um subgrupo com os Estados do Matopiba estão avaliando soluções, incluindo a integração das bases de dados dos Estados com o governo federal, projeto financiado pelo Fundo Amazônia, e medidas para desestimular o desmatamento legal.