Manifestantes protestam em frente à prefeitura de SP contra corte da gratuidade para idosos no transporte

No mesmo dia em que retirou a gratuidade nos ônibus para pessoas entre 60 e 64 anos, o prefeito Bruno Covas (PSDB) aumentou o próprio salário; ato é convocado pelo Movimento Passe Livre

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Manifestantes realizam na tarde desta quarta-feira (3), em frente à sede da prefeitura de São Paulo, na região central da capital, um ato contra a retirada da gratuidade no transporte público para pessoas entre 60 e 64 anos.

A manifestação foi convocada pelo Movimento Passe Livre (MPL), que todos os anos sai às ruas reivindicando passe livre e melhores condições no transporte público. Foi o movimento que fez os primeiros atos contra o aumento da tarifa no transporte em junho de 2013 e que culminaram nas grandes manifestações que se espalharam pelo país e ficaram conhecidas como "jornadas de junho".

"Sem seu passe livre, pessoas idosas não podem ir trabalhar, ao médico, ao mercado ou a qualquer outra atividade. Cruelmente não podem se locomover na cidade! Mas se eles pensam que isso vai passar batido só porque inovaram na forma de prejudicar a população pobre, se enganaram muito!", escreveu o MPL na convocatória do ato desta quarta-feira.

Por conta da pandemia do coronavírus, o MPL pediu para que os manifestantes usassem máscara de proteção, levassem álcool em gel e mantivessem um distanciamento de pelo menos 1,5 metro entre uma pessoa e outra.

"Nenhum direito a menos, nenhum centavo a mais", diz uma das faixas que foi estendida pelos manifestantes na grade em frente ao prédio da prefeitura.

Fim da gratuidade

fim da gratuidade no transporte público para pessoas entre 60 e 64 anos foi anunciado no dia 23 de dezembro, imposto através de decreto do governador João Doria (PSDB). Além de metrô, trens e ônibus intermunicipais, as pessoas desta faixa etária terão de voltar a pagar a passagem de ônibus municipal na capital paulista. O prefeito Bruno Covas (PSDB) retirou o benefício em lei aprovada pela Câmara naquele dia e rapidamente sancionada por ele.

Na véspera de Natal, Covas também sancionou aumento em seu próprio salário em 46%.

O fim da gratuidade para idosos, após disputas judiciais, entrou em vigor na última segunda-feira (1).