Bolsonaro diz que fará consulta popular se Câmara aprovar PL das Fake News

Presidente criticou projeto e defendeu “liberdade total” nas redes sociais: "Não podemos nos render ao politicamente correto”

Foto: Marcos Corrêa/PR
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O presidente Jair Bolsonaro criticou o Projeto de Lei das Fake News, aprovado nesta semana pelo Senado. Em transmissão nas redes sociais nesta quinta-feira (2), ele disse que fará uma consulta popular se o projeto também for aprovado na Câmara dos Deputados.

O projeto de lei 2630/20 prevê novas regras para combater conteúdos falsos em redes sociais e serviços de mensagens. Após várias versões, o documento foi aprovado com o voto de 44 senadores -- 32 votaram contra e houve duas abstenções.

"Esse é o momento importante para o país, estamos vivendo o momento em que as pessoas tentam resolver problemas através de um PL [projeto de lei], que impede a manifestação livre de outras pessoas", reclamou Bolsonaro. "Com todo respeito ao parlamento, faz parte do jogo democrático, mas se aprovado na Câmara, vou fazer uma consulta popular do que vai ser vetado ou não. Por mim, liberdade total nas mídias sociais", completou.

Bolsonaro ainda relembrou que foi processado por danos morais coletivos pelo Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, subordinado ao Ministério da Justiça. A ação civil pública foi proposta por grupos de defesa dos direitos LGBTQI+ depois de declarações do deputado no programa "CQC", da TV Bandeirantes, em março de 2011, e numa palestra ocorrida na Universidade Federal Fluminense, em setembro daquele ano.

"Quem não gosta de uma boa piada? Eu gosto de brincar com o 'Gil cearense', 'o gaúcho macho', 'o baiano ligeirinho', mas não pode fazer mais piada pra não entrar na Justiça e acabar com sua vida. Eu respondi sobre parada do orgulho gay, falei que acredito em Deus, bons costumes, e fui processado. Começou com R$ 50 mil, eu perdi por 3 a 2 na segunda instância. Agora está no STF em R$ 500 mil reais. Não podemos continuar agitando dessa maneira, temos que lutar contra isso", protestou o presidente.

"Não podemos nos render ao politicamente correto. Não pode isso, não pode aquilo. Falaram em racismo reverso. Não sei o que é isso. Está difícil viver no Brasil assim", completou.