Declaração de secretária do Ministério da Saúde é 'leviana e mentirosa', diz gestão Doria

Bolsonarista e defensora da cloroquina, Mayra Pinheiro escreveu que governadores e prefeitos são os responsáveis pelas mortes por coronavírus

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O governo de São Paulo reagiu a uma declaração de Mayra Pinheiro, secretária do Ministério da Saúde do governo Jair Bolsonaro. Em publicação nas redes sociais, ela culpou os governadores e prefeitos de São Paulo, Rio e Ceará pelas mortes por coronavírus nessas regiões.

Em nota, a gestão João Doria (PSDB-SP) classificou como “leviana e mentirosa” a afirmação da médica, que comanda a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.

“[A declaração] Tem o claro objetivo de camuflar a responsabilidade que deveria ter a União no combate à pandemia. Em vez de atacar o Governo de SP, a médica deveria coordenar uma força conjunta para diminuir o impacto da doença no país”, disse a gestão, segundo a coluna Painel.

Bolsonarista fanática, Mayra ganhou projeção no Ministério da Saúde por defender o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento de covid-19, uma obsessão do presidente. Sem eficácia comprovada e com efeitos colaterais graves, o remédio tem sido desaconselhado pelas principais autoridades de saúde de todo o mundo.

“SP 16.475, RJ 10.881, CE 6.556 mortes por covid Todas essas mortes evitáveis deveriam ser colocadas sob responsabilidade dos governadores, prefeitos, secretários de saúde e instituições desses estados, que impediram ou dificultaram o acesso as medicações para tratamento da doença”, escreveu a média, em seu perfil no Twitter, na última quarta-feira (8).

Mayra ficou famosa na política atacando os médicos cubanos do programa Mais Médicos. Mais recentemente, foi flagrada em áudios onde planeja uma intervenção do governo Bolsonaro na Fundação Oswaldo Cruz.

Com o discurso paranóico de um suposto domínio da esquerda em uma das mais renomadas instituições de saúde pública, a médica chega a dizer que a FioCruz tem um pênis na porta e salas com imagens de Lula e Che Guevara, o que, obviamente, não passa de um delírio.