Gilmar Mendes destrói Lava Jato e chama Moro e procuradores de "gangsters a conduzir investigações"

Gilmar leu reportagens da Vaza Jato no plenário e fez críticas duríssimas aos procuradores, chegando dizer que a operação Lava Jato tortura investigados e constitui um projeto político; o ministro deve colocar em pauta o HC de Lula ainda este mês

Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
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Durante votação de proposta de Toffoli sobre a Lava Jato nesta quarta-feira (2), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), citou no plenário as reportagens da Vaza Jato publicadas pelo  The Intercept Brasil e criticou de forma dura a atuação do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato. Ele disse que a operação torturava os investigados, desrespeitava o processo penal, perseguiam ministros do Supremo e articulavam um projeto político. "Hoje se sabe de maneira muito clara que usava-se a prisão provisória como elemento de tortura. E quem defende tortura não pode ter assento na Suprema Corte do Brasil", declarou o ministro, em uma de suas mais duras críticas à Lava Jato e em uma clara referência ao ex-juiz Sérgio Moro. Gilmar ainda citou que havia um  "quadro de esquizofrenia" jurídica movido por "interesse midiático" de Moro. "Não parece haver dúvida de que o juiz Moro era o verdadeiro chefe da Força Tarefa de Curitiba. Quem acha que isto é normal certamente não está lendo a Constituição e o Código de Processo Penal", disparou o ministro. O magistrado criticou também o que se chamou de "projeto político" de Dallagnol, que pretendia lançar-se senador: "Veja, um partido dos procuradores, um projeto político!". Ele ainda citou a perseguição da operação contra os ministros do Supremo, como Dias Toffoli, como quando os procuradores proferiram as frases "In Fux We Trust" e "Aha, uhu. O Fachin é nosso!", além do ataque à Cármen Lúcia, que foi chamada de "frouxa". "O Brasil viveu uma era de trevas no processo penal. Você não combate crime cometendo crime. Cada um terá seu tamanho na história. Calcem as sandálias da humildade", declarou. "Chegou ao momento de fazer uma avaliação crítica", disse ainda. As duras declarações de Gilmar Mendes apontam que o ministro pode pautar o habeas corpus do ex-presidente Lula ainda este mês.