Haddad: ataque à autonomia universitária é ação sórdida de Bolsonaro que deve ser combatida

“A recente medida provisória sobre escolha de reitores é inconstitucional pela forma e pelo conteúdo”, afirma

O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (Foto: Reprodução/GloboNews)
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Em seu artigo semanal para a Folha de S.Paulo, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT-SP), afirma, neste sábado (28), que o ataque à autonomia universitária do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) “é só mais uma ação sórdida contra a democracia que deve ser combatida”. Haddad lembra que “o Brasil foi dos últimos países da América a criar uma universidade, já no século 20. Colonizadores, monarquistas e os primeiros republicanos tinham em comum o desapreço pela educação em geral e pela educação superior em particular. A universidade só entrou na agenda nacional nos anos 1930, ainda assim de maneira tímida”. “Nesse contexto, o acesso à educação superior pública ficou restrito às camadas privilegiadas”, adverte. Ele recorda ainda que “os governos progressistas do século 21 tomaram outro caminho”. Para demonstrar as consequências destas políticas públicas, Haddad cita ainda pesquisa do Datafolha: “Hoje, pretos e pardos já somam 50,3% dos estudantes nas universidades públicas no Brasil e nada menos do que 67% da população defendem a educação superior gratuita”. Ao final, ele alerta que “o governo Bolsonaro desmonta o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e todo marco regulatório correspondente, especialmente quanto à educação a distância, que balizava o crescimento com qualidade do setor privado”. Bolsonaro, segundo ele, também “promove investidas frequentes contra a universidade pública, que responde por 90% da pesquisa científica do país”. “A recente medida provisória sobre escolha de reitores é inconstitucional pela forma e pelo conteúdo. Esse novo ataque à autonomia universitária é só mais uma ação sórdida contra a democracia que deve ser combatida”, encerra.