Hipocrisia: Bolsonaro dirige protótipo de ônibus elétrico e diz que é "exemplo para a COP26"

"O preço dos combustíveis está alto no Brasil, as causas disso são algumas, que já tenho debatido, falado de muitas delas. E isso aqui vem para nos ajudar", disse Bolsonaro, que levou ministros no passeio no protótipo do veículo, realidade na Europa desde 2018.

Jair Bolsonaro e ministros em frente ao ônibus elétrico (Reprodução)
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Pária no mundo por sua política predatória em relação ao meio ambiente, Jair Bolsonaro (Sem partido) recorreu à hipocrisia na manhã desta segunda-feira (29) ao testar um protótipo de ônibus elétrico e declarar que é "exemplo para a COP26".

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"Como é um protótipo ainda, obviamente custa caro, mas a tendência é baixar o preço. Dessa forma nós colaborarmos para mudar ainda mais a forma de se fazer transporte no Brasil e no mundo. Tem uma autonomia acima de 200 quilômetros e tem tudo para dar certo. Pode fazer, acima de 200 quilômetros, uma linha Rio a Rezende. Um combustível verde, né João? E o Brasil, como estamos na COP 26, né, é um exemplo para o mundo não só na sua preservação ambiental, diferentemente do que se divulga mundo afora, inclusive o Brasil tá reflorestando. Isso aqui vem corroborar para com isso ai. O preço dos combustíveis está alto no Brasil, as causas disso são algumas, que já tenho debatido, falado de muitas delas. E isso aqui vem para nos ajudar", disse Bolsonaro, de forma confusa.

O protótipo feito pela fabricante Marcopolo e a empresa Suzantur já é realidade desde 2018 em muitos países da Europa, que estão investindo pesado na compra de veículos movidos à energia elétrica, fabricados por diversas montadoras, como a BYD e a Mercedes.

Bolsonaro, que investe em mentiras para sustentar sua política predatória do Meio Ambiente, ignorou a COP26, ocorrida no início do mês e, em Dubai, disse que o Brasil foi atacado na conferência do Meio Ambiente.

Representando o Brasil, o ruralista Joaquim Leite, ministro do Meio Ambiente, afirmou que “onde existe muita floresta, existe muita pobreza”, defendendo a política de devastação, que bate recorde na Amazônia.

Após o discurso, Bolsonaro pilotou o ônibus pelo Planalto levando diversos ministros, como Paulo Guedes (Economia), Bento Albuquerque (Minas e Energia) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), além do filho, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).

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