Juiz determina retorno imediato de charges censuradas na Câmara de Vereadores de Porto Alegre

Exposição continha charges críticas a Jair Bolsonaro, Sérgio Moro e Donald Trump

Charge de Latuff Reprodução
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Por Sul 21  O juiz Cristiano Vilhalba Flores, da 3ª Vara da Fazenda Pública, deferiu liminar, nesta quinta-feira (12), determinando que as charges retiradas da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, por decisão da presidência da Casa, sejam “liberadas imediatamente” e “recolocadas prontamente” em exposição no mesmo espaço do qual foram retiradas na Câmara Municipal. Além disso, assegurou que as mesmas fiquem expostas durante os mesmos 12 dias originalmente solicitados, com as mesmas características da mostra original. A decisão foi motivada por um mandado se segurança impetrado pela Associação Mães e Pais pela Democracia, a Associação de Juristas pela Democracia (AJURD), o vereador Marcelo Sgarbossa e diversos cartunistas contra ato da Presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, vereadora Monica Leal, e da Mesa Diretora da Casa, que censurou e cancelou a exposição denominada “Rir é Risco”, uma mostra de cartuns e charges sobre temas de humor político dos últimos anos, alegando que as obras supostamente atentariam contra o decoro. Leia também 10 manchetes, apenas desta semana, que atestam: a censura voltou no Brasil Em sua decisão, o juiz assinala que a liberdade de expressão é garantia que decorre da dignidade da pessoa humana, conquista dos direitos civis já preconizada na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948. Além disso, lembra que o artigo 5, inciso IX, da Constituição Federal Brasileira, determina que é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença. Portanto, conclui, “a liberdade de expressão é garantia que decorre da dignidade da pessoa humana, conquista dos direitos civis já preconizada na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948”.