Com cargos no governo, Kassab diz que crise fortalece impeachment de Bolsonaro

"A marca de Bolsonaro é a postura na pandemia. Na hora em que não usa máscara, em que tira a máscara da menina, dá a impressão de que não tem sentimento", disse Kassab, presidente do PSD, do ministro Fábio Faria

Gilberto Kassab, presidente do PSD (Divulgação)Créditos: Divulgação
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Após Jair Bolsonaro (Sem partido) recriar o Ministério das Comunicações para dar guarida a um quadro do partido - o deputado Fábio Faria (PSD-RN), genro de Silvio Santos -, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, prepara o desembarque do governo em meio ao lamaçal de suspeitas de corrupção.

Em entrevista a Igor Gielow, na Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (1º), Kassab diz que "a base governista é grande e não pode ser menosprezada", mas ressalta que o impeachment "quando é inevitável, é inevitável" e que a reeleição de Bolsonaro é quase impossível.

"Há mais circunstâncias para a defesa [do impeachment]. Seja como for, vejo uma dificuldade muito grande de ele se reeleger. A marca de Bolsonaro é a postura na pandemia. Na hora em que não usa máscara, em que tira a máscara da menina, dá a impressão de que não tem sentimento. Imagina a pessoa que perdeu um parente vendo aquilo. Gera um descontentamento", afirmou Kassab.

Em meio a conversas com o ex-presidente Lula, Kassab ainda defendeu o nome do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco - que está trocando o DEM pelo PSD -, como candidato da chamada "terceira via".

"Pessoalmente, quero ele candidato, mas o partido ainda vai se definir. Ele encarna renovação com experiência, tem muito talento. Se elegeu deputado e já foi presidir a Comissão de Constituição e Justiça. Logo depois, se elegeu senador e, na sequência virou presidente da Casa", disse Kassab.