Santos Cruz critica fala de Bolsonaro sobre Coronavac: “Vergonha!”

Em publicação, ex-ministro pergunta ainda: “Ganhou de quem?”; Moro compartilhou tuíte

General Carlos Alberto Santos Cruz (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
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O general Carlos Alberto Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência, chamou, nesta quarta-feira (11), de “vergonha”, “irresponsável” e “falta de noção mínima das obrigações” o comentário feito por Jair Bolsonaro sobre a Coronavac, na terça-feira (10).

O titular do Planalto havia escrito que tinha “ganho mais uma” do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ao comentar à suspensão dos testes da Coronavac, determinada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última segunda-feira (9).

“GANHOU DE QUEM?”, começou, em letras maiúsculas, o general em seu Twitter. “Vacina, qualquer que seja, é saúde pública. É para a população”, escreveu Santos Cruz. “Não é assunto particular. O trato tem que ser técnico e dentro da lei”, prosseguiu. Para então elevar o tom das críticas: “Fora disso é irresponsabilidade, falta de noção mínima das obrigações, desrespeito pela saúde dos cidadãos. Vergonha! Sem classificação!”.

https://twitter.com/GenSantosCruz/status/1326524648692084736

O post de Santos Cruz foi compartilhado por outro ministro demitido por Bolsonaro, o ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro. O ex-titular da Justiça ainda escreveu que estava retuitando um “general muito respeitado pelos militares”.

https://twitter.com/SF_Moro/status/1326635003741151232

A vacina em questão é desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac. No Brasil, está sendo testada e será fabricada pelo Instituto Butantan, ligado ao governo paulista. Doria tem “apadrinhado” o produto, que por isso vem sendo desprezado pelo presidente, seu rival político.

Além de dizer que tinha “ganhado” do tucano, Bolsonaro ainda escreveu: “Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la”.

O comentário foi feito sem que se tivesse conhecimento do efeito adverso que havia levado à suspensão dos testes. Soube-se, depois, que tratava-se do suicídio de um voluntário. Nesta quarta-feira, a Anvisa autorizou a retomada dos testes.