Apoiadora pergunta sobre recorde de mais de 4 mil mortes, Bolsonaro ignora e ainda debocha: "Agora sou genocida"; VÍDEO

Presidente ainda sorriu quando outra apoiadora sugeriu que pode acontecer no Brasil "o que aconteceu nos EUA", em referência à tentativa de Trump de tumultuar as eleição e que culminou na invasão golpista ao Capitólio; assista

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Enquanto milhões de brasileiros choram as mortes de amigos e familiares vítimas da Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro sorri. Em conversa com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada na noite desta terça-feira (6), o titular do Planalto riu em meio aos elogios de sua claque, voltou a pregar contra as medidas de restrição e culpou governadores e a mídia pela grave situação em que o Brasil se encontra.

Justamente no dia em que o país bateu o recorde macabro de 4 mil mortes por Covid-19, o que representa quase 40% dos novos óbitos em todo o mundo, Bolsonaro ainda debochou da alcunha de "genocida".

"O pessoal entrou naquela pilha de homofóbico, racista, fascista, torturador. Agora é o quê? Agora eu sou, que mata muita gente, como é que é o nome? Genocida. Agora eu sou genocida", disparou, dando risadas.

O recorde de mais de 4 mil vidas perdidas para o coronavírus, inclusive, chegou a ser mencionado mais de uma vez por uma das apoiadores presentes no "cercadinho". "Hoje, mais de 4 mil morreram aqui no Brasil. Você viu isso?", perguntou a mulher, ao que Bolsonaro ignorou, falando sobre outro assunto: "Você vê: o povo perdendo emprego, nenhum sindicato fala nada contra isso daí". A apoiadora, então, insistiu, dizendo que "hoje foram mais de 4 mil", e sendo, mais uma vez, totalmente ignorada pelo presidente.

Em outro momento da conversa, que foi registrada por um canal bolsonarista no youtube, Bolsonaro ainda atiça os apoiadores: "Imagina o [Fernando] Haddad no meu lugar". Um dos presentes, ignorando que o país é o novo epicentro global da pandemia com quase 340 mil mortos, respondeu: "Estaríamos todos mortos".

Bolsonaro também esboçou um sorriso quando uma das mulheres que o bajulavam sugeriu que "pode acontecer aqui o que aconteceu nos Estados Unidos", fazendo referência à tentativa de Donald Trump de tumultuar a eleição e acusar o atual presidente do país, Joe Biden, de fraude. A não aceitação do resultado do pleito por parte de Trump culminou na invasão golpista ao Capitólio, no dia 6 de janeiro.

"O apoio popular da gente nas ruas [na eleição de 2022] é o que vai fazer a diferença", disse a mulher, para a alegria de Bolsonaro, que já conta com uma derrota no próximo pleito e por isso encampa a narrativa de que as urnas eletrônicas são passíveis de fraude, defendendo o voto impresso.

Assista às declarações de Bolsonaro no vídeo abaixo.

https://www.youtube.com/watch?v=3K7qQ4ffxUQ