BOLSOLÃO DO LIXO

Bia Kicis garantiu emenda para empresa envolvida no bolsolão do lixo

Duas empresas, uma delas registrada em casa abandonada em Goiânia, receberam R$ 839,4 mil em emendas da parlamentar bolsonarista

Bia Kicis.Créditos: Billy Boss/Câmara dos Deputados
Escrito en POLÍTICA el

A deputada federal bolsonarista Bia Kicis (PL-DF) garantiu emenda de R$ 839,4 mil às empresas Globalcenter Mercantil Eireli e Fibra Distribuição e Logística Eireli, as duas envolvidas no “bolsolão do lixo”, que juntas já faturaram R$ 3,8 milhões por vendas de veículos à Codevasf, como caminhões basculantes e com carroceria de madeira entre 2021 e 2022.

Além de Bia Kicis, a deputada federal Magda Mofatto (PL-GO), também garantiu às empresas R$ 297,9 mil através de emendas.

A Globalcenter e a Fibra estão entre as empresas que mais venderam caminhões de lixo para o governo com preços inflados, de acordo com reportagem do Estadão. Num dos casos, o governo aceitou pagar a uma delas até R$ 85,6 mil a mais pelo mesmo caminhão comprado dois meses antes pelo menor valor.

O jornal identificou no esquema do bolsolão do lixo indícios de superfaturamento de R$ 109 milhões, empresas em nome de “laranjas” e ligadas a políticos – como o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira –, além de licitações suspeitas, encerradas em apenas 88 segundos.

Casa abandonada

Os donos da Globalcenter e da Fibra dividem o mesmo escritório em Goiânia. A Globalcenter, que está em nome do empresário Herbert Rafael Lacerda Neco, 30, é registrada numa casa abandonada em Goiânia e passou a vender caminhão de lixo em 2020. No mesmo ano, já venceu licitações milionárias.

Próxima do local, num galpão recém-reformado, está a sede da Fibra, que tem como dono, no papel, Jair Balduíno de Souza, de 50 anos, que na pandemia pediu ao governo auxilio emergencial de R$ 600 pago a quem perdeu renda com a covid-19. Enquanto recebia o benefício, vencia licitações milionárias.

"Não sei de nada"

Bia disse ao Estadão que desconhece as empresas e apenas indicou emendas para a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Magda não se manifestou.

Leia reportagem completa no Estadão