O torcedor antifascista Emerson Osasco, que ganhou notoriedade ao erguer o punho e enfrentar bolsonaristas na manifestação na avenida Paulista, no último domingo (31), teve seu contrato de trabalho como desenvolvedor de software rescindido no dia seguinte ao protesto.
"Após toda a repercussão, as imagens chegaram no meu serviço", afirmou Emerson, que era contratado como pessoa jurídica da multinacional Softtek, empresa de tecnologia fundada em 1982 no México, com filial em Barueri (SP).
A Softtek, por sua vez, negou que tenha rescindido o contrato de Emerson por razões políticas, mas disse que não comenta casos específicos. "Nossas políticas de RH cumprem os regulamentos e estão alinhadas ao nosso código de ética", disse breve nota enviada à reportagem.
"Há um tempo eu trabalhava como 'quarteirizado' para a empresa. No mês passado, fui absorvido para ser terceiro direto. Meu contrato era de seis meses, e eu só recebia elogios pelo meu trabalho", contou Emerson. Ele disse que estava de home office na tarde seguinte ao protesto quando um gerente da Softtek ligou para informar que ele estava dispensado.
Emerson disse ainda que o gerente mencionou sua participação no ato como o motivo da rescisão. "Ele acabou falando que foi porque eu estava na Paulista e mencionou um vídeo que eu tenho com o Lula. Vou entrar com uma ação na Justiça porque foi uma perseguição política. Ficou evidente para mim que foi por causa disso", declarou.
Emerson foi candidato a vereador nas eleições municipais de 2016 pelo partido Solidariedade.
Assista entrevista exclusiva com Emerson:
Com informações do UOL