Banqueiro sinaliza condições para Lula ganhar confiança do mercado

Ex-presidente, no entanto, já deu indícios de não parecer estar muito preocupado com o que pensa o mercado

Lula. Foto: Ricardo Stuckert
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Ricardo Lacerda, fundador e presidente do banco BR Partners, afirmou que para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhar a confiança do mercado financeiro, ele precisa manter distância de gente como a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e dos ex-ministros Guido Mantega e Aloysio Mercadante.

“Para ter a confiança do mercado, o Lula vai precisar manter claríssima distância de gente com Gleisi, Mantega e Mercadante. Sem falar em Dilma, obviamente. Se não quiser o mercado, basta zerar o déficit público. Governo que não precisa de mercado tem superávit”, afirmou.

Descaso do sistema financeiro

Lula, por sua vez, não parece estar muito preocupado com o que pensa o mercado. Em discurso na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, durante o 9º Congresso da Força Sindical na última quarta-feira (8), ele criticou o descaso do sistema financeiro com a crise econômica provocada em grande parte pela política neoliberal de Paulo Guedes e Jair Bolsonaro.

“Ou vocês acham que os banqueiros da Faria Lima têm preocupação com o desemprego? Vocês acham que eles têm preocupação com as pessoas que estão na sede dos bancários ali pedindo comida? Ou vocês acham que eles estão preocupados com 19 milhões de pessoas passando fome?”, indagou o ex-presidente.

Na sequência Lula convocou a classe trabalhadora para mudar novamente o o país.

“Não tem nada mais triste que daqui a 10 anos a gente sentar com os filhos e netos da gente e reconhecer que não tivemos coragem de lutar quando a gente podia lutar. Que a gente não teve coragem de resistir quando a gente podia resistir. E a palavra resistir é a palavra que não pode sair da nossa boca. O que a gente não pode é desistir. E esse país precisa outra vez da classe trabalhadora”, disse Lula.

Eduardo Moreira

Já o economista Eduardo Moreira, ex-sócio do Banco Pactual, afirmou que banqueiros e agentes do sistema financeiro devem se aproximar e abrir diálogo com Lula em razão das pesquisas eleitorais, que mostram possibilidade de vitória do petista ainda no primeiro turno.

“Se chegar perto das eleições e o Lula continuar com esse favoritismo, a Faria Lima vai pedir para sentar-se à mesa com o Lula e tentar trazê-lo para perto deles, mais para o ‘centro’. Vão tentar negociar um acordo tácito com ele”, disse Moreira.

Com informações da coluna de Lauro Jardim