Bolsonaro usa preço alto da gasolina para defender privatização da Petrobras

Com a ameaça de uma greve de caminhoneiros, Bolsonaro afirma agora estar preocupado também com o preço do diesel

Bolsonaro e a rede de postos da Petrobras (Reprodução)
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A notícia é da própria Agência Brasil, que é pra não ficar dúvidas. O presidente Jair Bolsonaro reconheceu nesta segunda-feira (16) que o preço dos combustíveis está alto no Brasil. Logo a seguir, para completar o raciocínio, disse que a quebra do monopólio da Petrobras é uma das formas de diminuir o valor para o consumidor. “Lá na refinaria o preço está lá embaixo, fica alto [para o consumidor] por causa de impostos estaduais, ICMS [Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] basicamente, e, depois, o monopólio existe na questão da distribuição e nós estamos buscando quebrar esse monopólio para diminuir o preço. Só com a concorrência ele pode diminuir”, disse ao deixar o Ministério da Infraestrutura, após reunião, em Brasília. Bolsonaro afirma ainda que a equipe econômica trabalha para buscar soluções que barateiem a gasolina, com o estímulo aos investimentos no setor. “Estamos fazendo o possível para baratear o preço do combustível, reconhecemos que está alto no Brasil”, afirmou o presidente da República. Com a ameaça de uma greve de caminhoneiros, Bolsonaro diz agora estar preocupado com o preço do diesel. “Preço médio do diesel na refinaria [é de] R$ 2,26, e aí tem impostos estaduais, municipais também, custo da logística, da distribuição, tem o lucro do posto”, afirmou. Petroleiros dizem o contrário A série de reportagens “E eu com isso?“, do Portal CUT, diz exatamente o contrário de Bolsonaro. Em artigo detalhado, a jornalista Rosel Rocha, demonstra porque a privatização da Petrobras afeta o seu bolso, traz prejuízos bilionários ao país e ameaça a soberania nacional.
O texto diz ainda que, "se privatizar haverá aumento no preço final ao consumidor da gasolina, do diesel e do botijão de gás de cozinha. Além disso, a possibilidade de fechar as refinarias só para importar combustíveis reduziria a quase zero os impostos arrecadados nos estados em que elas estão instaladas. Os municípios que são afetados pelas operações de embarque e desembarque de petróleo ou gás natural, também perderão milhões de reais mensais em royalties".