Dino rebate Receita Federal: "Pode abrir procedimento. Só não aceitaremos ameaças nem perseguições"

Bolsonaro mandou a Receita Federal investigar o governo do Maranhão por importação de respiradores, mas governador não se intimidou

Flávio Dino (Foto: Divulgação)
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O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), usou o Twitter na tarde desta segunda-feira (20) para rebater a investida de Jair Bolsonaro contra o seu governo através da Receita Federal.

O órgão considerou a operação feita pelo governador para trazer 107 respiradores da China como ilegal e anunciou que tomará medidas legais cabíveis.

"Maranhão não praticou nenhuma ilegalidade na compra de respiradores. Mercadorias são legais, existem, estão salvando vidas. A Receita pode abrir o procedimento que quiser e atenderemos às suas exigências. Só não aceitamos ameaças nem perseguições sem sentido", escreveu o governador.

A logística de Dino, que envolveu 30 pessoas, foi traçada para evitar que o lote fosse desviado ou vendido aos Estados Unidos ou confiscado por Jair Bolsonaro – como já havia acontecido outras vezes.

Com a ajuda de uma importadora maranhense, Dino negociou diretamente com uma empresa chinesa, que enviou os equipamentos e suprimentos médicos para a Etiópia, escapando da rota que passaria pela Europa – onde poderia ser desviada.

O governador tem afirmado que a estratégia só foi adotada após pedidos de ajuda terem sido recusados pelo governo Jair Bolsonaro.

O vice-líder do PCdoB na Câmara, deputado Márcio Jerry (MA), classificou como “gravíssima” a tentativa de retaliação do governo Bolsonaro. "É gravíssimo: governo de Jair Bolsonaro querer impedir que vidas sejam salvas no Maranhão. É um absurdo inaceitável que burocratas da Receita Federal sejam obrigados a perder tempo perseguindo salvar vidas", afirmou o parlamentar.