#DitaduraVoltou: MP de Bolsonaro que ataca autonomia universitária gera revolta nas redes

Partidos de oposição já entraram com uma ação no STF contra a MP que autoriza Weintraub a nomear reitores nas universidades federais sem consultar a comunidade acadêmica

Weintraub e Bolsonaro - Foto: Andre Sousa/MEC
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A hashtag #DitaduraVoltou chegou ao topo dos assuntos mais comentados do Twitter no Brasil no final da tarde desta quarta-feira (10). O motivo é o fato de o presidente Jair Bolsonaro ter editado uma Medida Provisória que autoriza o ministro da Educação, Abraham Weintraub, a nomear reitores para universidades e institutos federais durante a pandemia do coronavírus, sem consultar a comunidade acadêmica.

"A ML 979 é escandalosa! O energúmeno do Weintraub poderá definir os reitores passando por cima de toda a comunidade universitária. Só funciona assim em ditaduras", escreveu o líder do MTST, Guilherme Boulos.

"Bolsonaro e Weintraub seguiram a dica de Salles e aproveitaram a pandemia para passar a boiada e cercear a independência das universidades, submetendo à intervenção do MEC. Diante disso, ou @RodrigoMaia devolve a MP 979/2020 ou teremos que recorrer ao Judiciário", tuitou a deputada federal Gleisi Hoffmann.

Além da MP, internautas vêm utilizando a tag #DitaduraVoltou para expor outros fatos relacionados ao governo Bolsonaro que lembram os anos de chumbo, como a omissão de dados do coronavírus por parte do Ministério da Saúde e a maneira como o presidente trata a imprensa.

Com relação à MP que ataca a autonomia universitária, a oposição já reagiu. PSB, PDT, PT, PSOL, PCdoB, Rede, PV e Cidadania protocolaram junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra a medida.

"A competência autoatribuída ao Governo Federal para
unilateralmente impor novos dirigentes às Universidades e Institutos Federais traduz verdadeira quebra da normalidade democrática no contexto das instituições, sem o necessário debate do tema com a sociedade ou mesmo a consideração de alternativas menos invasivas à liberdade acadêmica e igualmente adequadas à solução da questão", diz um trecho da ADI.

Confira a íntegra aqui.