Doria classifica atos bolsonaristas pelo AI-5 como "antidemocráticos" e diz que participação do presidente é "lamentável"

Governador de São Paulo se uniu a políticos do campo progressista, ao ministro Luis Roberto Barroso e ao presidente da OAB na crítica à participação de Bolsonaro em ato golpista

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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi mais um dos que manifestou repúdio à participação de Jair Bolsonaro em um ato em Brasília, na tarde deste domingo (19), que pedia, além do fim do isolamento, por uma intervenção militar com o presidente e um "novo AI-5".

"Lamentável que o presidente da república apoie um ato antidemocrático, que afronta a democracia e exalta o AI-5. Repudio também os ataques ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal. O Brasil precisa vencer a pandemia e deve preservar sua democracia", escreveu o tucano em suas redes sociais.

A declaração de Doria sobre o fato de Bolsonaro inflamar atos golpistas vai de encontro com a reação de políticos progressistas, como Guilherme Boulos (PSOL) e Fernando Haddad (PT), e também de figuras como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, e do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.

“É assustador ver manifestações pela volta do regime militar, após 30 anos de democracia. Defender a Constituição e as instituições democráticas faz parte do meu papel e do meu dever”, escreveu o ministro. Ele citou o ativista Martin Luther King: “Pior do que o grito dos maus é o silêncio dos bons”.

“O presidente da república atravessou o Rubicão. A sorte da democracia brasileira está lançada, hora dos democratas se unirem, superando dificuldades e divergências, em nome do bem maior chamado LIBERDADE!”, escreveu Santa Cruz.

Golpe em curso?

Desmoralizado diante da opinião pública, o clã Bolsonaro parece preparar terreno para uma escalada autoritária. O ex-capitão insuflou os seguidores em aceno a uma escalada autoritária durante manifestação convocada em razão do Dia do Exército que pediu uma intervenção militar no país.

 “Vocês estão aqui porque acreditam no Brasil. Nós não queremos negociar nada, nós queremos é ação pelo Brasil. Nós temos um novo Brasil pela frente. Todos, sem exceção, têm que ser patriotas e acreditar, fazer sua parte, para colocar o Brasil num lugar de destaque e liderança”, afirmou.