Em discurso emocionado, Bolsonaro diz que é "quase irmão" de príncipe saudita que mandou matar jornalista

Fala do presidente evidencia sua afinidade com o regime ditatorial da Arábia Saudita, famoso por uma série de violações aos direitos humanos

Bolsonaro e o Principe Herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman (Foto: Alan Santos/PR)
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) fez um discurso emocionado a investidores sauditas reunidos na conferência conhecida como “Davos no Deserto” em Riad, na Arábia Saudita. Bolsonaro disse que se sente "quase irmão" do príncipe saudita Mohammed bin Salman, acusado de ser o mandante do assassinato do jornalista do Washington Post Jamal Khashoggi, morto no ano passado em embaixada na Turquia. Comparação de Bolsonaro gerou polêmica,  já que o governo da Arábia Saudita é reconhecido como uma ditadura fundamentalista adepta do wahhabismo, vertente ultraconservadora do Islã. Ainda, Salman também é famoso por legitimar violações aos direitos humanos no país. O presidente já havia mencionado sua admiração ao príncipe saudita nesta terça-feira (29). Em entrevista a jornalistas na saída do hotel onde está hospedado em Riad, capital da Arábia Saudita, Bolsonaro disse às repórteres que “todo mundo gostaria de passar a tarde com um príncipe. Principalmente vocês, mulheres, né?”. Bolsonaro também disse aos investidores que “faltava comando” ao Brasil antes dele tomar posse e não havia “políticos sérios” em governos anteriores. Afirmou ainda que “o povo brasileiro confia em nosso governo”. “Sou capitão do Exército com muito orgulho. O que eu forjei no Exército vou utilizar no comando do país”, completou. Com informações da Folha de S.Paulo.