Em queda livre na popularidade, Bolsonaro volta a se queixar do cargo de presidente

"Não sei o prazer que certas pessoas têm em falar ‘eu sou presidente", disse o titular do Planalto, no mesmo dia em que seu nome foi envolvido em nova denúncia de corrupção

Reprodução
Escrito en POLÍTICA el

Em conversa com apoiadores no "cercadinho" do Palácio do Planalto, na noite desta segunda-feira (5), o presidente Jair Bolsonaro voltou a se queixar do cargo que ocupa. A declaração foi feita no mesmo dia em que pesquisa apontou recorde de rejeição a ele e em que foi divulgada notícia que o associa diretamente ao escândalo de corrupção das rachadinhas.

"Não sei o prazer que certas pessoas têm em falar ‘eu sou presidente. Não sabem o que é ser presidente da República, meu Deus do céu", afirmou Bolsonaro.

Essa já é ao menos a quinta vez que o presidente reclama do fato de ser o chefe do Executivo. Em fevereiro, também durante conversa com apoiadores, Bolsonaro disparou: “A minha vida é um inferno”. A fala foi dada como resposta a uma mulher que pediu para tomar um café com ele. De acordo com o presidente, sua vida é um “inferno” pois não sabe o que vai fazer no dia seguinte.

Em novembro do ano passado, titular do Palácio do Planalto afirmou que sua vida "é uma desgraça, problema o tempo todo. Não tenho paz para nada. Não posso mais tomar um caldo de cana na rua, comer um pastel".

Fala parecida foi feita por Bolsonaro em janeiro deste ano. “Tem gente que acha que ser presidente, ser governador, prefeito, é para comemorar. Não é para comemorar. É um tempo que você vai passar trabalhando, se você quiser, obviamente, trabalhando para o próximo. Não é fácil”, declarou.

No mesmo mês, dias antes, o presidente havia afirmado que “o Brasil está quebrado e eu não consigo fazer nada” .

Rejeição recorde

O desespero de Jair Bolsonaro, embasando teorias de conspiração de baixo nível criadas pelo gabinete do ódio, tem um motivo: a rejeição a ele cresce na mesma proporção que os escândalos de corrupção são desnudados.

Pesquisa encomendada pelo Confederação Nacional dos Transportes (CNT) junto à MDA revela que o índice de rejeição de Bolsonaro bateu 63%, o maior índice desde a primeira pesquisa, realizada em fevereiro de 2019.

Após chegar a 55% no primeiro pico da pandemia, em maio de 2020, o índice caiu a 43% em outubro e, desde então, tem subido exponencialmente, batendo 51% em fevereiro e chegando aos atuais 63% – contra 34% que dizem apoiar o presidente.

O governo também bateu recorde com 48% de avaliação negativa (ruim e péssimo) – 22,7% avaliam como regular e 27,7% como ótimo ou bom.