"Fiz lives e Salles não gostou", diz ex-presidente do ICMBio sobre exoneração

Coronel Homero de Giorge Cerqueira diz que ministro o acusou de fazer autopromoção nas redes sociais. "Não sei o porquê da exoneração. A história vai contar", afirma

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Ag. Brasil
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Exonerado nesta sexta-feira (21) da presidência do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), o coronel Homero de Giorge Cerqueira afirmou que suas desavenças com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, vieram após lives feitas por ele para o aniversário do instituto.

"Vinha fazendo o trabalho que o governo queria, uma reestruturação do ICMBio, mas não ficou a contento do ministro. Fiz lives para comemorar o aniversário de 13 anos do instituto e ele disse que não gostou", afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

Cerqueira disse ainda que foi acusado por Salles de fazer autopromoção nas redes sociais por meio das transmissões ao vivo. "Disse que eu estava fazendo autopromoção. Mas eu, como comandante, sempre elogio os bons", disse o ex-presidente do instituto.

"Fico chateado, vinha fazendo um bom trabalho. Não sei o porquê da exoneração. A história vai contar", continuou.

A versão que se tinha até agora era que Salles demitiu Cerqueira por conta de seu trabalho no combate aos incêndios no Pantanal. De acordo com a Reuters, Salles criticou a atuação do ICMBio no combate às queimadas em conversas com fazendeiros da região, o que teria incomodado Cerqueira.

O coronel é o segundo presidente do instituto a deixar o cargo durante o governo Bolsonaro. Ele assumiu o órgão em maio do ano passado para substituir o ambientalista Adalberto Eberhard, que pediu demissão também por conta de desavenças com Salles.