“Repugnante e imoral”, diz Flávio Dino sobre Bolsonaro recusar ajuda argentina à Bahia

O país vizinho ofereceu envio imediato de uma missão com dez profissionais dos Capacetes Brancos, grupamento especializado em resgates, logística e apoio psicossocial; governo brasileiro rejeitou

O governador do Maranhão, Flávio Dino. (Foto: Gilson Teixeira/Divulgação)Créditos: Governo do Maranhão
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O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), usou as redes sociais para demonstrar sua indignação diante da decisão desumana do governo de Jair Bolsonaro (PL), que recusou ajuda da Argentina às vítimas da tragédia na Bahia, causada pelas enchentes.

“Isso é absolutamente vil e repugnante. Fazer politicagem rasteira negando ajuda ao povo da Bahia. Espero que mudem de ideia amanhã. Ou que a Justiça mais uma vez anule essa decisão administrativa imoral”, postou Dino.

https://twitter.com/FlavioDino/status/1476367798955909124

A tragédia deixou 24 mortos, 37.324 desabrigados, 53.934 desalojados e 434 feridos. Segundo a Defesa Civil baiana, a decisão da União foi comunicada ao consulado argentino na noite desta quarta-feira (29).

O país vizinho ofereceu envio imediato de uma missão com dez profissionais dos Capacetes Brancos, grupamento especializado em resgates, logística e apoio psicossocial. Segundo o governador da Bahia, Rui Costa (PT), isso incluiria, por exemplo, a oferta de comprimidos para potabilização de água.

Na tarde de quarta, Costa chegou a agradecer a Argentina e pediu celeridade do governo federal para autorizar a missão estrangeira. “Com a união de esforços, vamos superar este difícil momento. Agora, a missão argentina aguarda a autorização do Ministério das Relações Exteriores para que possam vir à Bahia”, escreveu.

Rui Costa critica Bolsonaro: "Não demonstra sentimento em relação à dor do próximo"

Em meio à tragédia, Rui Costa (PT) afirmou que lamenta o desprezo de Jair Bolsonaro, que passa férias em Santa Catarina, e disse que o presidente “não demonstra nenhum sentimento em relação à dor do próximo”.

“O presidente durante toda a sua gestão demonstrava desprezo em relação à vida humana. Se você me perguntar: ‘O senhor esperava ele aí?’, vou dizer que não. Durante três anos, em nenhum momento, em nenhum outro desastre, na pandemia, ou em qualquer situação que significasse prestar solidariedade à vida humana ele fez qualquer gesto. É um presidente que não demonstra nenhum sentimento em relação à dor do próximo”, afirmou Costa em entrevista à Folha de S.Paulo.