Em sua sanha de proteger um grupo de ruralistas adepto da exploração predatória do meio ambiente, Jair Bolsonaro (Sem partido) fez um previsão "catastrófica" caso o chamado marco temporal, tese criada para extorsão de terras indígenas, seja rejeitado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento que deve prosseguir nesta quarta-feira (15).
"A gente pede a Deus que logo mais o nosso Supremo Tribunal Federal não altere o marco temporal. Se isso vier a acontecer… Porque há uma pressão externa muito grande e o pessoal lá fora não sabe as consequências disso daí. Hoje o Brasil tem sua segurança alimentar, mas muitos outros países dependem do que nós produzimos para que tenham sua segurança alimentar também. […] E se esse novo marco temporal passar a existir, caso o Supremo assim entenda, será um duro golpe no nosso agronegócio. Com repercussões internas quase catastróficas", disse Bolsonaro, citando números distorcidos sobre as reservas indígenas no Brasil.
Misturando a incompetência da equipe econômica comandada por Paulo Guedes com a crise causada pela pandemia, Bolsonaro ameaçou dizendo que o marco temporal vai causar uma alta ainda maior nos alimentos.
"Nós estamos experimentando uma inflação alta nos gêneros alimentícios no mundo todo, fruto da pandemia e também do 'fique em casa, a economia a gente vê depois'", afirmou antes de dizer que caso o marco temporal seja rejeitado "o preço de alimentos vai disparar e não só isso, podemos ter no mundo desabastecimento".