Juíza arquiva denúncia contra Noblat e Aroeira por charge em que Bolsonaro pinta suástica

Cartum foi feito em junho de 2020, quando o presidente decidiu estimular a invasão de hospitais por apoiadores

Charge foi exposta em faixa estendida em Brasília | Foto: George Marques
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A juíza Pollyana Kelly Maciel Medeiros Martins Alves, da 12ª Vara Federal de Brasília, decidiu arquivar inquérito aberto pela Polícia Federal a pedido de André Mendonça, ex-ministro da Justiça e atual chefe da AGU, contra o cartunista Renato Aroeira e o jornalista Ricardo Noblat. Mendonça utilizou a Lei de Segurança Nacional (LSN) contra um charge que criticava a invasão de hospitais estimulada por Jair Bolsonaro.

“Nada obstante seja o presidente da República símbolo da unidade e da existência nacional, nem toda invectiva contra a sua pessoa tem o condão de consubstanciar lesão real ou ameaça potencial apta a reclamar a incidência da LSN”, diz a magistrada na sentença.

O desenho que irritou o governo foi feito em junho de 2020 e ironiza o pedido de Bolsonaro para que apoiadores invadissem hospitais durante a pandemia de Covid-19 para filmar os leitos destinados aos pacientes com coronavírus. Na ocasião, o presidente disse que ninguém morreu de falta de leitos e o número de mortes por coronavírus foi inflado para “ganho político” contra ele.

“Bora invadir outro?”, diz o presidente na charge de autoria de Aroeira. O cartum foi compartilhado por Noblat, que virou alvo por conta disso.

Apesar de negar o pedido da Justiça, a juíza decidiu criticar o cartum, alegando que ele é de "lamentável mau gosto" e "moralmente repulsivo".

Com informações da ConJur