O ex-presidente Lula (PT) elogiou a TV Globo e o Jornal Nacional em seu primeiro discurso nesta quarta-feira (10) após o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anular as condenações da Lava Jato contra ele.
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O petista disse que a edição desta terça-feira (9) do principal jornal da emissora foi "épica", pois, segundo ele, "a verdade prevaleceu". O comentário foi feito no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo.
"Ontem eu acho que tivemos um Jornal Nacional épico. Quem assistiu televisão ontem não estava acreditando no que estava vendo. Pela primeira vez a verdade prevaleceu. Dita não por alguém do PT, dita pelo presidente da segunda turma do STF, no discurso do Gilmar Mendes, dito pelo Ricardo Lewandowski e dito até pela Carmen Lúcia, que nunca tinha visto nada igual aquilo", disse o ex-presidente.
Lula elogiou ainda o espaço que a emissora deu para o voto do ministro Gilmar Mendes, do STF, que fez duras críticas ao ex-juiz Sérgio Moro e a maneira como ele conduzia os processos da operação.
"Eu espero que a verdade versada pela Globo ontem seja o novo padrão de comportamento da Globo com a verdade. A Globo não tem que gostar ou não gostar de presidente, ela não tem que gostar ou não gostar de partido, isso ela decide na hora de votar. Mas, na hora de informar, ela tem que informar a verdade e apenas a verdade. Ontem eu fiquei feliz, porque eu vi a verdade proferida na íntegra por dois ministros da Suprema Corte e eu espero que continue assim, porque antes o Gilmar não aparecia, o Lewandowski não aparecia", comentou Lula.
Em outro trecho de seu discurso, o petista também aproveitou para destacar a importância do compromisso da imprensa com a verdade. Ele defendeu uma "imprensa livre" de interferências políticas ou ideológicas.
"Jornalista não existe para sair para a rua para cumprir a ordem do editor. [...] Quando o jornalista sai para a rua, ele sai com o compromisso de dizer a verdade. A verdade nua e crua. É pra isso que precisamos de imprensa livre. Não é imprensa que divulga aquilo que politicamente ou ideologicamente ela quer", afirmou o ex-presidente.
"A ideologia da notícia do jornal ou da televisão e da revista deve ser colocada em um cantinho, no editorial. Mas vocês, jornalistas, precisam ser livres", completou.
Confira a entrevista completa: