Lula participa de debate com Silvio Almeida, ativistas e influenciadores negros

"Precisamos fazer uma revolução das nossas cabeças pra mudar o mundo", disse o ex-presidente após o debate

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O ex-presidente Lula participou na manhã desta quarta-feira (24) uma conversa com ativistas, lideranças e influenciadores digitais do movimento negro. Entre os presentes estiveram o jurista Silvio Almeida e a ativista Anielle Franco, presidenta do Instituto Marielle Franco.

"Muito obrigado por esse encontro. Tem gente que diz que eu saí muito radical da prisão. Mas hoje eu tenho mais conhecimento do porquê esse país é assim do que eu tinha há 20 anos. Precisamos fazer uma revolução das nossas cabeças pra mudar o mundo. Gratidão por essa troca", escreveu Lula ao comentar sobre o debate.

"Quando comecei a ler mais sobre a escravidão na prisão, percebi que a elite de hoje vem da mesma árvore genealógica da elite daquela época. E acho que é hora de irmos na raiz dos problemas", completou.

O encontro, organizado por Tamires Sampaio, diretora Instituto Lula, reuniu, além de Lula, Almeida e Franco, o escritor Alê Santos, a cantora Bia Ferreira, a cantora Doralyce, o advogado Joel Luiz, a escritora Juliana Borges, o jornalista Rennan Leta, a pesquisadora Winnie Bueno, o influenciador Mussum Alive,

"Eu não lidero nem as pulgas do meu gato, mas hoje tive a oportunidade de reunir com Lula, Silvio Almeida e figuras importantes da juventude negra. Positiva a disposição de Lula em ouvir, magnífica as contribuições de todos que falaram", escreveu Bueno, que coordena um projeto de doação de livros, a Winnieteca.

Leta, do Voz das Comunidades, também comentou sobre a conversa. "Sou grato por fazer parte desse momento de revolução. É uma honra passar algumas horas conversando sobre pautas importantes e costurando ideias para o nosso país com pessoas tão incríveis. Cada minuto de fala foi uma aula. A luta tá só começando. Nós por nós!", declarou. "O presidente Lula ouviu, falou, recebeu críticas e elogios. Isso é o mais foda. Debate com respeito e uma imensa inspiração para mudarmos o que já não é mais admissível", completou.

Joel Luiz, que tem participado ativamente dos atos antirracistas que tem ocorrido durante a pandemia classificou a conversa como impactante. "A revolução será preta ou não será", afirmou.

O advogado ainda destacou as críticas surgidas e a forma "madura e cordial" da discussão. "Da pra divergir sem rivalizar e virar um flaxflu, dá pra criticar sem ofender. Como eu disse na reunião, acredito na micropolítica, não na política macro e partidária. Porém, ela é o instrumento que temos na democracia burguesa. Até a revolução chegar…", declarou.

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