Marcelo Bretas defende Bolsonaro ao comentar “fim da Lava Jato”

Juiz da Lava Jato do Rio de Janeiro também justificou sua aproximação com o presidente, e reclamou de punição pelo CNJ: “fui penalizado só por estar ao lado de uma autoridade legítima do nosso país”

Marcelo Bretas, Bolsonaro e Hélio Lopes (Reprodução)
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O “fim da Operação Lava Jato”, anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro na semana passada, devido ao suposto fim da corrupção no governo, tem sido comentado por várias figuras dos meios jurídico e político do Brasil. Entre os defensores e envolvidos na operação, a grande maioria das vozes é crítica. Mas há exceções, e a mais conhecida delas é a de um juiz: Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro.

Segundo a coluna de Alberto Bombig e Mariana Holanda, no Estadão, o magistrado carioca comentou o assunto durante um jantar em São Paulo no qual foi homenageado, na sexta-feira (9). Em seu discurso, Bretas pediu para os espectadores não levarem a sério as palavras do presidente.

“Não deveríamos nos preocupar com isso (…) A semente da Lava Jato, seja no Rio de Janeiro, seja em São Paulo, seja em Brasília, tantos Estados que hoje se vê as investigações fluindo, essa semente foi plantada. Não vejo como deter isso”, declarou o juiz.

Marcelo Bretas também aproveitou a ocasião para se queixar da punição que recebeu do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), por ter participado de um ato político com o presidente Jair Bolsonaro – postura que feriu a cláusula 305 do código de ética da entidade, que proíbe os magistrados de “emitir opinião que demonstre atuação em atividade político-partidária, ou manifestar-se em apoio ou crítica públicos a candidato, lideranças políticas ou partidos políticos”.

“Se eu aceito o convite para estar em um evento público, corro sério risco de ser penalizado só por estar ao lado de uma autoridade legítima do nosso País”, reclamou o magistrado.