O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, revelou em entrevista a Bernardo Mello, no jornal O Globo deste sábado (19), a receita do marqueteiro João Santana para a pré-campanha de Ciro Gomes, que tem se caracterizado pelos ataques contra Lula (PT).
"O que temos feito são pancadas substantivas. Para cada cinco no Bolsonaro, uma no Lula. Eu não gosto disso, de artilharia pesada. Acho que precisamos usar a ironia, um pouco de humor", conta Lupi que assim como Ciro, foi ministro no governo Lula. João Santana foi responsável por três campanhas presidenciais petista e virou delator da Lava Jato.
Lupi ainda ironizou as críticas feitas ao vídeo em que Ciro fala de "picanha e cerveja" - parodiando a música "Comida", dos Titãs - para atacar Lula.
"No último vídeo, o Ciro diz que o brasileiro não quer saber só de picanha e cerveja, e reclamaram que ele estava batendo no Lula. Ora, como chegaram a essa conclusão? Ele nem citou o nome do Lula…", ironizou.
Em um prognóstico sem precedentes, Lupi diz que Ciro pode chegar a 20% das intenções de voto em março.
O pedetista minimiza ainda o embarque do deputado Marcelo Freixo e do governador do Maranhão, Flávio Dino, no PSB, para fortalecer o diálogo com Lula.
Para Lupi, a "DR" do PDT com o PSB tem "um lado só", antes de confessar que é "um amor complicado".
"Continuo dialogando, mas é aquele amor complicado. Pisca para um, mas faz o outro acreditar que tem condição. Só que não posso prever como vai chocar o ovo da serpente, que se chama Lula. Não sei qual será a capacidade dele de convencer o PSB a comprar terreno no céu".
Segundo ele, "Lula trabalha para tomar o PSB por dentro, fazer do PCdoB um satélite petista e tirar o PSOL".
"Isso faz parte da artimanha, da sabedoria política dele. Com o (Guilherme) Boulos, veio com a conversa que Papai Noel vai trazer um presente em 2024 se ele retirar a candidatura agora ao governo de São Paulo", ironizou Lupi.