PSOL vai processar Lobão e irmãos Bolsonaro por fake news e ódio contra Jean Wyllys

Partido prepara inúmeras ações judiciais contra aqueles que propagaram notícias falas e discurso de ódio contra Jean Wyllys depois que o deputado anunciou sua renúncia ao mandato por ameaças de morte

Lobão - Foto: Reprodução
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O PSOL anunciou, em nota divulgada nesta quarta-feira (30), que prepara ações judiciais contra o cantor Lobão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ). Eles fazem parte do grupo de dezenas de pessoas que serão processadas pelo partido por propagarem fake news e discurso de ódio contra o ex-deputado federal Jean Wyllys. As postagens que serão questionadas pelo PSOL na Justiça vieram depois do anúncio, na semana passada, de que Wyllys deixaria o Brasil e renunciaria ao seu mandato por conta de ameaças de morte que vem sofrendo há anos e que se intensificaram nos últimos meses. Pelas redes sociais, Lobão sugeriu que o parlamentar tomou a decisão de sair do Brasil por, supostamente, "estar envolvido" com o atentado contra Jair Bolsonaro, em setembro do ano passado. A fake news foi compartilhada por centenas de internautas, que PSOL também já está mapeando para futuras ações. Leia também Jean Wyllys acusa Estado de omissão em texto de renúncia publicado no Diário Oficial Já os irmãos Bolsonaro ironizaram a decisão do deputado que, para o PSOL, trata-se de incitação à violência, uma vez que as motivações de Wyllys para deixar o país são justamente as ameaças de morte que partem de apoiadores da família Bolsonaro. Carlos, por exemplo, tuitou um "vá com Deus" assim que o psolista anunciou sua decisão, e sua postagem gerou uma onda de ódio nas redes sociais. Já Eduardo chegou a sugerir que Wyllys mentiu quando disse que sofria ameaças na Câmara dos Deputados. "Não é possível tolerar, principalmente de figuras públicas com grande relevância nas redes sociais, que questionem algo tão grave como a ameaça à vida de um deputado federal", diz a nota do PSOL, que vai pedir na Justiça que os parlamentares sejam enquadrados no artigo 286 do Código Penal, que trata da incitação ao crime e pode resultar em detenção de três a seis meses ou multa. A legenda de Jean Wyllys prepara ainda processos contra a blogueira do PSL, Regina Villela, e o engenheiro Antonio Carlos Bronzeri. Ambos gravaram um vídeo que viralizou nas redes em que repetem a mesma fake news destilada por Lobão e proferem discursos de ódio contra o primeiro deputado assumidamente gay da história do Congresso Nacional. A ofensiva judicial do PSOL em prol de Jean Wyllys segue ainda com um pedido que o partido fará para ter direito de resposta no programa Morning Show, da Jovem Pan. "O jornalista Caio Coppola questionou se Jean sofria mesmo ameaças (mesmo com medida cautelar concedida pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA e escolta do Congresso Nacional), ajudando a difusão das mentiras e afirmando que ele queria “construir uma narrativa”. Além disso, insultou diversas vezes Jean Wyllys no programa, ao vivo", escreveu, em nota, o partido.