O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI do Genocídio, criticou a postura do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, diante do desejo do presidente Jair Bolsonaro de desobrigar o uso de máscara de proteção a pessoas que já foram vacinadas contra a Covid-19 ou que já tenham sido infectadas pela doença do coronavírus
"Que vergonha hein, Ministro?", disse Randolfe ao comentar sobre vídeo divulgado pelo ministro, que voltou a depôr na CPI na quarta-feira (9).
Na gravação, Queiroga promete "fazer um estudo acercado uso das máscaras". "O presidente está muito satisfeito com o ritmo da vacinação no Brasil. O presidente está acompanhando o cenário internacional e vê que em outros países que a vacinação já avançou, estão flexibilizando o uso das máscaras”, disse.
Em seu “esclarecimento”, no entanto, Queiroga não mencionou que os países que têm flexibilizado estão com a vacinação muito mais avançada que o Brasil. Até o momento, apenas 11,1% da população brasileira foi vacinada com as duas doses contra a Covid.
Em discurso feito à tarde, Bolsonaro afirmou que o ministro iria “ultimar um parecer visando a desobrigar o uso de máscara por parte daqueles que estejam vacinados ou que já foram contaminados para tirar esse símbolo que obviamente tem a sua utilidade para quem está infectado”.
O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), criticou duramente o presidente e classificou-o como "lobista" em favor da cloroquina, droga que não tem eficácia comprovada contra a Covid-19. "Logo que foi descoberta sua atividade de lobista de cloroquina, o PR muda o assunto e declara guerra à máscara. Quer o Brasil exposto ao vírus. Temos um Jim Jones na presidência. A diferença é que o louco americano induziu ao suicídio, e o brasileiro quer tb o assassinato em massa", escreveu em seu perfil no Twitter.