Vaza Jato: Instituto FHC seria investigado apenas para passar sensação de apartidarismo da Lava Jato

Segundo The Intercept, procuradores começaram a ponderar que o caso teria chance de ser enquadrado apenas como crime tributário e que os argumentos de defesa de FHC poderiam também ser usados por Lula

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
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Antes do então juiz Sérgio Moro desejar, junto com Deltan Dallagnol, proteger o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, procuradores do Ministério Público combinaram, em um grupo, abrir uma investigação sobre o instituto FHC. “Assim ninguém poderia indevidamente criticar nossa atuação como se tivesse viés partidário”, escreveu um dos procuradores, em mais um lote de vazamentos revelados pelo The Intercept, na noite desta terça-feira (18). Os diálogos mostram, claramente, que a ideia de investigar o tucano era, apenas, para passar à opinião pública a sensação de que a Operação Lava Jato era apartidária. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo Para os procuradores, era importante incluir o PSDB na lista de investigados para acalmar o ânimo dos críticos. Eles já falavam sobre isso muito antes de Moro alertar Dallagnol sobre evitar “melindrar” FHC. Durante conversa no dia 17 de novembro de 2015, o procurador Roberson Pozzobon mandou uma sugestão em um grupo do Telegram chamado FT MPF Curitiba 2: investigar, num mesmo procedimento, pagamentos da Odebrecht aos institutos de Lula e FHC. “Assim ninguém poderia indevidamente criticar nossa atuação como se tivesse viés partidário”, justificou Pozzobon. “A da LILS [empresa que agencia as palestras de Lula] vocês já sabem os indícios para a investigação, mas vejam essa fratura expostas da Fundação iFHC”, disse ao grupo. Nesse caso – diferentemente daquele que virou notícia na imprensa sobre caixa 2 nos anos 1990 –, os pagamentos ao iFHC aos quais Pozzobon se referia não estariam prescritos, caso fossem propina. Segundo dados divulgados pelo The Intercept, a euforia durou pouco, e os procuradores começaram a ponderar que o caso teria chance de ser enquadrado apenas como crime tributário – e que os argumentos de defesa de FHC poderiam também ser usados por Lula. O argumento: Lula também poderia alegar que os pagamentos feitos ao Instituto Lula e à LILS, sua empresa de palestras, não escondiam propinas ou caixa dois. Paulo Galvão – 20:35:08 – porra bomba isso Roberson – 20:35:20 – MPF Pois é!!! Roberson – 20:35:39 – O que acha da ideia do PIC? Roberson – 20:35:47 – Vai ser massa! Paulo Galvão – 20:35:51 – Acho excelente sim Robinho Roberson – 20:36:47 – Legal! Se os demais tb estiverem de acordo, faço a portaria amanha cedo Roberson – 20:38:08 – Acho que vale até uma BA na Secretaria da iFHC que mandou o email. Ela é secretária da Presidencia! Laura Tessler – 20:38:36 – Sensacional esse email!!!! Roberson – 20:38:48 – Mais, talvez pudessemos cumprir BA nos três concomitantemente: LILS, Instituto Lula e iFHC Diogo – 21:44:28 – Mas será q não será argumento pra defesa da lils dizendo q eh a prova q não era corrupção? Welter – 21:51:24 – 149967.ogg Roberson – 22:07:24 – Pensei nisso tb. Temos que ter um bom indício de corrupção do fhc/psdb antes Dallagnol – 22:14:24 – Claro Dallagnol – 22:18:00 – Será pior fazer PIC, BA e depois denunciar só PT por não haver prova. Doação sem vinculação a contrato, para influência futura, é aquilo em Que consiste TODA doação eleitoral Confira a íntegra da reportagem aqui.