Atila Iamarino tem cadastro do SUS invadido e dados alterados

Políticos de esquerda como Guilherme Boulos, Gleisi Hoffmann e Manuela D'Ávila também já passaram por situação parecida

O biólogo Atila Iamarino (Foto: Divulgação/TV Cultura)
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O biólogo e pesquisador Atila Iamarino, constantemente alvo de bolsonaristas por suas posições em defesa da ciência durante a pandemia do coronavírus, teve seu cadastro no Sistema Único de Saúde (SUS) invadido e os dados alterados.

Foi o próprio cientista quem fez a denúncia, nesta terça-feira (9), através das redes sociais.

"Descobri que também invadiram meus dados no ConecteSUS. Alteraram meu nome, o nome da minha mãe e minha nacionalidade no certificado de vacinação, em documento oficial...", relatou Iamarino, que ainda questionou o Ministério da Saúde: "Como me sentir com meus dados na mão de quem faz isso? Com os dados do meu filho lá?".

O biólogo informou que, com a ajuda de um advogado, já acionou a pasta comandada por Marcelo Queiroga solicitando a correção, esclarecimentos sobre o ocorrido e também cobrando medidas com relação à invasão.

Confira abaixo o relato.

https://twitter.com/oatila/status/1458216638252261377

Outros casos

Em julho deste ano, o pré-candidato do PSOL ao governo de São Paulo, Guilherme Boulos, também teve seu cadastro do SUS invadido e os dados alterados.

O nome do pai do político, Marcos Boulos, foi alterado para “Kid Bengala”. Além disso, a informação de que o psolista recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19 não consta no sistema do Ministério da Saúde.

De acordo com informações obtidas pela Fórum, a invasão pode ter partido de dentro da própria pasta. Isso porque, segundo nota da assessoria do Ministério da Saúde, a alteração na base de dados foi feita por alguém “credenciado” a usar o sistema.

“O bolsonarismo está se infiltrando de uma maneira miliciana em todos os âmbitos da administração pública. Está colocando as garras das milícias digitais, do Gabinete do Ódio, no SUS, patrimônio do povo brasileiro”, disse Boulos à época.

O caso de Boulos veio após outras lideranças políticas de esquerda terem passado por situação parecida.

A presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), por exemplo, teve dificuldades para tomar a segunda dose da vacina contra a Covid pois seu cadastro no SUS também foi invadido e, nele, a parlamentar passou a constar como “morta”.

Além disso, ao lado do nome de Gleisi no cadastro foi colocado um “apelido”: “Bolsonaro”.

A ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), bem com os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, ambos do PT, também já tiveram seus cadastros do SUS invadidos e alterados.

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