O ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, coronel Élcio Franco, afirmou nesta quarta-feira (9) à CPI do Genocídio que a pasta não cancelou a compra da CoronaVac por ordem do presidente Jair Bolsonaro. O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, havia relatado à comissão que houve uma suspensão da aquisição após declarações do presidente.
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"Essas negociações não foram canceladas", disse o depoente à CPI. "Eu prossegui nas negociações. Eu não consultei o ministro da Saúde sobre esse aspecto", continuou. Na sequência, Franco culpou o Instituto Butantan pela demora nas negociações do imunizante.
"As tratativas não pararam. Continuamos cobrando do Butantan dados técnicos dos estudos clínicos e Butantan demorava para reportar o que a gente estava solicitando", completou. Segundo ele, o cancelamento de compra da vacina não foi real, mas sim uma "questão de percepção" de Dimas Covas.
Em outubro de 2020, o presidente Jair Bolsonaro afirmou publicamente que mandou cancelar qualquer protocolo assinado pelo Ministério da Saúde para aquisição de doses da Coronavac. O mandatário havia afirmado ainda que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), "tentou tirar proveito em cima disso".
"Já mandei cancelar, o presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade", disse Bolsonaro. Segundo Dimas Covas, o compromisso de compra do governo federal só foi concretizado em 7 de janeiro.