"Não podemos nos calar": Evo Morales compara golpe na Bolívia com assassinato de George Floyd

O ex-presidente lembrou dos massacres contra povos indígenas realizados pelo movimento que o tirou da presidência

Foto: Reprodução/Twitter
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O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, comentou nesta sexta-feira (29) sobre o assassinato de George Floyd em Minneapolis, nos Estados Unidos e relacionou o caso com o golpe que atingiu o país sul-americano em outubro do ano passado. Para ele, os dois episódios evidenciam o racismo.

"A morte de #GeorgeFloyd nos Estados Unidos nos indigna. O racismo e a discriminação se expressam em políticas intolerantes e em ações como o golpe de Estado na Bolívia, cujo componente racista se refletiu nos massacres de Sacaba e Senkata", tuitou Morales.

"Não podemos nos calar diante dessas injustiças", completou o ex-líder sindical. Morales foi forçado a renunciar à presidência diante do golpe civil-militar promovido pela oposição junto das forças policiais e assistido pelas Forças Armadas e pela Organização dos Estados Americanos.

Os dois massacres citados por Morales ocorreram em regiões de majoritária presença de povos indígenas. O movimento golpista que colocou Jeanine Añéz na presidência também ficou marcado pela queima de bandeiras Whipalas - que representa os povos originários.

George Floyd

Na terça-feira quatro policiais foram detidos após envolvimento na tortura e assassinato de George Floyd. Um vídeo que repercutiu nas redes mostra o homem negro de 46 anos, algemado e deitado de bruços no chão, enquanto um agente pressiona o joelho contra seu pescoço por minutos. O policial que aparece no vídeo, Derek Chauvin, foi acusado nesta sexta por assassinato em terceiro grau e homicídio culposo.

O acontecido gerou uma onda de protestos nos Estados Unidos contra o racismo e a violência policial contra a população negra, que ganhou imensa repercussão.

https://twitter.com/evoespueblo/status/1266447521733279746