Nova pesquisa indica vitória do candidato de Evo na Bolívia já no primeiro turno

O economista Luis Arce, que foi ministro da Fazenda do presidente deposto pelo golpe de 2019, tem 41,9%, e uma vantagem de mais de 10% sobre o segundo colocado, o que garante a vitória segundo a lei boliviana

Evo Morales e Luis Arce (Foto: reprodução Twitter)
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Uma pesquisa eleitoral realizada pela CELAG (Centro Estratégico Latino-Americano de Geopolítica) e publicada nesta terça-feira (7) aponta que o economista Luis Arce, candidato do MAS (Movimento Ao Socialismo), seria eleito presidente da Bolívia já no primeiro turno, se a votação acontecesse hoje.

Segundo a medição, publicada 2 meses antes da votação (marcada para o dia 6 de setembro), Arce aparece com 41,9% dos votos, com mais de 15% de vantagem sobre o segundo colocado, o jornalista de centro-direita Carlos Mesa, que tem 26,8%.

Com esses números, Arce estaria eleito já no primeiro turno, já que lei eleitoral boliviana prevê que um candidato pode ser eleito já nessa instância se superar os 40% dos votos e impor uma vantagem de ao menos 10 pontos percentuais sobre o segundo colocado.

O economista foi ministro da Fazenda o governo de Evo Morales entre os anos de 2006 e 2017, e conta com o apoio explícito do ex-presidente em sua campanha.

A atual presidenta Jeanine Áñez, imposta no poder pelas Forças Armadas após o golpe de Estado de novembro de 2019, está em um distante terceiro lugar, com 13,3%. O empresário Luis Fernando Camacho, candidato mais ligado ao clã Bolsonaro, é somente o quarto colocado, com 9,1%.

A vantagem de Arce explica a razão pela qual a embaixada dos Estados Unidos tem pressionado os candidatos da direita a negociar uma candidatura única, para evitar a vitória da esquerda e seu retorno ao poder.

Também reforça as suspeitas de perseguição política contra o próprio Arce e o MAS, além de Evo Morales, que é candidato ao Senado. Há 3 causas judiciais em trâmite no momento, impulsionadas pelo Estado boliviano, que podem terminar com a cassação das candidaturas de Arce e Morales, ou até com o MAS sendo colocado na ilegalidade.