Em entrevista ao Fórum Café na manhã desta quinta-feira (11), o líder do PT na Câmara, Elvino Bohn Gass (RS), resumiu o lançamento de Sérgio Moro na política partidária, com a filiação ao Podemos, com uma frase da "conja" Rosângela Wolff Moro, quando o ex-juiz ainda desfrutava do status de "super-ministro" da Justiça de Jair Bolsonaro (Sem partido).
"A conja, a esposa do Moro, disse uma frase que precisamos guardar bem: 'quando olho Moro e Bolsonaro vejo uma coisa só'. Essa é a pérola. Por que isso é importante? Porque cada um se apresenta como o homem mais honesto do mundo que vai combater a corrupção. O Bolsonaro era o cara que ia fazer a nova política e caiu por terra. Moro se afastou desse escândalo que é Bolsonaro, mas faz o mesmo trajeto", disse o líder petista.
Bohn Gass ainda lembrou uma frase dita por Jair Bolsonaro a Moro logo que foi eleito: "O que Bolsonaro disse? Só estou aqui como presidente porque você me ajudou, Moro".
Para o deputado, a entrada de Moro na disputa presidencial vai atrapalhar ainda mais os planos de tentativa de reeleição de Bolsonaro.
"Quem tem que ficar preocupado com o Moro não é o Lula. Quem tem que estar preocupado com o Moro é o Bolsonaro, porque é lá que ele vai atacar", disse, ressaltando, no entanto, que quer falar mais do Lula. "É igual futebol. A gente não escolhe adversário. Por isso, eu quero falar mais do Lula".
Aliança com Geraldo Alckmin
Bohn Gass ainda comentou a negociação de uma aliança com o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que está de saída do PSDB para o PSD, de Gilberto Kassab.
"Nós temos que pensar em alianças que se fazem pensando em grandes temas, na luta pela democracia, quando a gente busca mais aliados. Mas, ao mesmo tempo, para a condução de uma governabilidade, ela preciso estar em cima de algo mais concreto. Por isso, precisamos ter cuidado quando a gente vai buscar as alianças para manter a identidade programática, que tem que ter mais nitidez".
O deputado defende uma aliança programática de centro-esquerda com a federação de partidos para compor o principal elo em torno da candidatura de Lula.
"O Lula tem que dialogar com todo mundo e ele está fazendo esse debate com todos. Mas, isso não pode substituir o que é o carro-chefe da condução de um programa para o país, que é uma aliança de centro para a esquerda. E ela tem que estar em um programa que pensa no país, que pensa na reestatização das nossas empresas que estão sendo vendidas, entregues para o capital internacional", ressaltou Bohn Gass.
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