"Vamos lembrar a 'conja': quando olho Moro e Bolsonaro vejo uma coisa só", diz deputado

Líder do PT na Câmara, Elvino Bohn Gass, disse que Lula deve "dialogar com todo mundo", em relação às negociações com Geraldo ALckmin, mas que "carro-chefe" deve ser uma aliança programática de centro-esquerda "que pensa no pais, na reestatização das nossas empresas"

Elvino Bohn Gass, líder do PT na Câmara, e Lula (Foto: Ricardo Stuckert)Créditos: Ricardo Stuckert
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Em entrevista ao Fórum Café na manhã desta quinta-feira (11), o líder do PT na Câmara, Elvino Bohn Gass (RS), resumiu o lançamento de Sérgio Moro na política partidária, com a filiação ao Podemos, com uma frase da "conja" Rosângela Wolff Moro, quando o ex-juiz ainda desfrutava do status de "super-ministro" da Justiça de Jair Bolsonaro (Sem partido).

"A conja, a esposa do Moro, disse uma frase que precisamos guardar bem: 'quando olho Moro e Bolsonaro vejo uma coisa só'. Essa é a pérola. Por que isso é importante? Porque cada um se apresenta como o homem mais honesto do mundo que vai combater a corrupção. O Bolsonaro era o cara que ia fazer a nova política e caiu por terra. Moro se afastou desse escândalo que é Bolsonaro, mas faz o mesmo trajeto", disse o líder petista.

Bohn Gass ainda lembrou uma frase dita por Jair Bolsonaro a Moro logo que foi eleito: "O que Bolsonaro disse? Só estou aqui como presidente porque você me ajudou, Moro".

Para o deputado, a entrada de Moro na disputa presidencial vai atrapalhar ainda mais os planos de tentativa de reeleição de Bolsonaro.

"Quem tem que ficar preocupado com o Moro não é o Lula. Quem tem que estar preocupado com o Moro é o Bolsonaro, porque é lá que ele vai atacar", disse, ressaltando, no entanto, que quer falar mais do Lula. "É igual futebol. A gente não escolhe adversário. Por isso, eu quero falar mais do Lula".

Aliança com Geraldo Alckmin

Bohn Gass ainda comentou a negociação de uma aliança com o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que está de saída do PSDB para o PSD, de Gilberto Kassab.

"Nós temos que pensar em alianças que se fazem pensando em grandes temas, na luta pela democracia, quando a gente busca mais aliados. Mas, ao mesmo tempo, para a condução de uma governabilidade, ela preciso estar em cima de algo mais concreto. Por isso, precisamos ter cuidado quando a gente vai buscar as alianças para manter a identidade programática, que tem que ter mais nitidez".

O deputado defende uma aliança programática de centro-esquerda com a federação de partidos para compor o principal elo em torno da candidatura de Lula.

"O Lula tem que dialogar com todo mundo e ele está fazendo esse debate com todos. Mas, isso não pode substituir o que é o carro-chefe da condução de um programa para o país, que é uma aliança de centro para a esquerda. E ela tem que estar em um programa que pensa no país, que pensa na reestatização das nossas empresas que estão sendo vendidas, entregues para o capital internacional", ressaltou Bohn Gass.

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https://www.youtube.com/watch?v=DYeERLr9pLU